O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (FHC) disse hoje (22) que a prioridade para o país deve ser a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, em vez da discussão sobre o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, sem que haja provas concretas eventuais irregularidades cometidas por ela no governo.
Em sua 12ª fase, a operação investiga lavagem de dinheiro em um esquema de desvio de recursos na Petrobras, grandes construtoras e políticos de diversos partidos.
?Minha opinião sobre a matéria é conhecida. Impeachment não pode ser objeto de um desejo. É um processo. Ele existe quando ocorrem certas condições, prescritas pela lei e na qual os responsáveis incidiram. Isso depende de aprofundar os processos.?
Para o ex-presidente, a questão central no Brasil de hoje, "sempre tendo em vista o fortalecimento da democracia, é levar adiante a Operação Lava Jato e suas consequências?.
Após evento sobre a política de drogas no Rio de Janeiro, FHC negou divergências internas com seu partido, o PSDB, em que alguns líderes, como o senador Cássio Cunha Lima (PB), defendem o impeachment de Dilma.
Segundo Fernando Henrique Cardoso, alguns setores do partido podem estar mais próximos ?de segmentos da sociedade?, que defendem a impugnação do mandato de Dilma. "Eu prefiro manter um distanciamento e olhar a situação ?como um todo?.
?Não é [estar] em contradição com líder tal ou qual. Eles estão cumprindo o dever deles, de expressar com mais força o sentimento de segmento da sociedade. Na verdade, não quero me limitar a segmentos. Estou olhando o conjunto do país e sua perspectiva histórica?, concluiu.
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