Funcionários dos Correios em greve protestaram na manhã de hoje (20) em frente à sede da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), formando um piquete na porta de entrada da empresa. A manifestação começou por volta das 7h. Após negociações com a Polícia Militar, os manifestantes liberaram o acesso ao prédio por volta das 9h40.
Entre as reivindicações da categoria estão reajuste salarial de 43,7% e R$ 200 de aumento linear. “O objetivo da manifestação é pressionar a empresa para aceitar a proposta feita pela ministra [Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho (TST)] para que a gente feche um acordo e encerre a greve o quanto antes”, disse Amanda Corcino, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno.
Em audiência de conciliação ontem (19), a ministra Cristina Peduzzi, vice-presidente do TST, fez uma contraproposta aos trabalhadores e à direção dos Correios. A ministra propôs reajuste salarial de 5,2% (referente à reposição da inflação), aumento linear de R$ 80, reajuste de 8,84% do vale-alimentação e garantia de que o ponto dos grevistas não será cortado.
A proposta foi rejeitada pelos representantes dos Correios, sob o argumento que as medidas poderiam comprometer "a sustentabilidade econômica da empresa". De acordo com o sindicato, o reajuste de 5,2% “pode ser aceito até segunda-feira”, quando está marcada uma nova audiência de conciliação.
As partes (funcionários e direção da empresa) têm até o meio-dia da próxima segunda (24) para se manifestarem sobre o andamento das negociações. Caso não haja retorno, o dissídio será encaminhado à ministra do TST, Kátia Arruda.
Com a paralisação, foram suspensos os serviços com hora marcada, entre eles o Sedex 10, o Sedex Hoje e o Disque-Coleta, na Grande São Paulo e nos estados do Paraná e do Tocantins, além do Distrito Federal, conforme informou ontem (19) os Correios.
A paralisação atinge 20 das 27 unidades da Federação. Segundo a direção dos Correios, apenas 9% dos 120 mil funcionários da empresa aderiram à greve ontem, primeiro dia do movimento. Já o comando de negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) estima uma adesão média de 60% nos estados que deflagraram o movimento.
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