O partido de esquerda grego Syriza, antiausteridade, obteve vitória nas eleições gerais desse domingo (25). O líder, Alexis Tsipras, declarou o fim da austeridade e da troika.
?O veredito do povo grego significa o fim da troika", a estrutura de supervisão da economia da Grécia constituída pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional que desde 2010 avalia as medidas impostas em troca de empréstimos de 240 bilhões de euros.
Alexis Tsipras, de 40 anos, afirmou que ?o povo escreveu a história? e ?deu um mandato claro? ao Syriza, ?depois de cinco anos de humilhação?. Assegurou que vai negociar com os credores ?nova solução viável? para o país.
O Syriza obteve clara vitória com 35,9% dos votos, quando estavam contados 50% dos boletins. O resultado não garante maioria absoluta (151 de 300 deputados) e vai possivelmente exigir negociações para uma coligação parlamentar.
A Nova Democracia (direita), do primeiro-ministro Antonis Samaras, obteve 28,3%. O terceiro partido mais votado foi o neonazi Aurora Dourada, com 6,4%.
Samaras reconheceu a derrota mas, tendo feito campanha pelo perigo de uma vitória do Syriza levar a uma saída da Grécia da zona do euro, deu curta declaração à imprensa: ?Entrego um país que é parte da União Europeia [UE] e do euro. Para o bem desse país, espero que o próximo governo mantenha o que foi alcançado?.
Em Bruxelas, o presidente do grupo dos Socialistas Europeus no Parlamento Europeu, Gianni Pitella, considerou que o povo grego optou claramente por romper com a austeridade imposta pela troika. Segundo o líder, o povo grego quer que o novo governo traga mais justiça social, a renegociação da dívida e a extensão do seu programa de ajustamento. ?A vontade do povo grego deve ser respeitada por todas as instituições da UE e Estados-Membros?, destacou.
O presidente do Bundesbank, Banco Central alemão, Jens Weidmann, considerou que a economia da Grécia continua precisando de apoio externo. Ele disse esperar que "o novo governo grego não faça promessas ilusórias de que o país não pode se permitir" e que continue com as reformas estruturais necessárias.
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