A paralisação decretada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores em Ensino Oficial do Estado de São Paulo) a partir do dia 13 deste mês aos poucos começa a ganhar corpo na cidade. Todas as escolas estaduais do município apresentam pelo menos paralisação parcial. Somente a Escola Antonio Caio, apresentava, segundo o coordenador regional da Apeoesp, sub-sede de Mogi Mirim, NevileDamarino, situação de paralisação total.
Damarino, que acompanhou na sexta-feira a movimentação da greve em São Paulo, informou que a pauta de reivindicações é extensa. Além da questão salarial, diversas outras exigências como melhores condições de trabalho, a violência dentro da sala de aula e superlotação nas salas de aula estão na pauta. “Conversando com colegas que lecionam em escolas da periferia de cidades da região metropolitana de São Paulo e da própria Capital, a gente fica estarrecido com os relatos que a gente ouve. Algumas escolas nem material de limpeza tem recebido”, acusou.
Sexta pela manhã cerca de 80 professores fizeram uma manifestação na Praça Bernardino de Campos. O objetivo, segundo a liderança do movimento, era angariar a simpatia da população para o movimento. Mais tarde uma comitiva se posicionou defronte a entrada principal da Escola Elvira Santos de Oliveira, onde foram feitos apelos para que os colegas aderissem à paralisação.
Segundo o professor Leandro Sartori, o movimento tem apresentado um grau de adesão bastante satisfatório para uma semana inicial de movimento. “Estamos realizando um trabalho de esclarecimento e de conscientização, mostrando aos colegas que não se trata de um movimento político, mas legítimo do ponto de vista reivindicatório. Os professores têm manifestado este sentimento de indignação com os rumos que a educação tem tomado em nível de Estado de São Paulo. Não tenho dúvida de que o movimento deverá crescer em todo o Estado e também aqui na cidade”, discorreu.
A professora Daniela Kleinfelder, que leciona na Antonio Caio, reforçou o argumento do colega, afirmando que o movimento não visa somente a questão salarial, mas a valorização do professor, do ensino público e contra o estado de precarização das condições gerais no ensino.
Professores eventuais
Ainda conforme a Apeoesp, a Secretaria de Educação vem utilizando como estratégia para enfraquecer a greve a colocação de professores eventuais no lugar de professores que aderiram ao movimento. “Isso é inconstitucional. Esse professor substituto não pode nem receber salário”, disse Damarino. No seu entendimento, este tipo de postura, aliado ao que chamou de pouco caso, que o governo tem feito da pauta de reivindicação da categoria, irá alimentar a indignação da classe e desta forma aumentar a adesão ao movimento.
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