Quem nunca frequentou a discoteca do Centrão que levante a mão. Se essa pesquisa for feita entre aqueles que nasceram nas décadas de 50, 60, 70 e 80 vai ser difícil encontrar alguém com as mãos para o alto.
Eu vivi esse tempo mágico. Frequentei a discoteca do Centrão em diversas épocas e não há como negar que foram anos dourados em minha vida.
Como era bom esperar pela noite do domingo e viver aquelas horas contagiantes. Ouvir músicas da melhor qualidade, músicas de verdade, bem diferentes da porcaria que se ouve ou se é obrigado a ouvir nos dias atuais.
Aquele foi um tempo mágico, principalmente para que fez do Centrão seu lazer das noites de domingo. Eu vivi tudo isso em três épocas distintas, no início dos anos 80, no final da mesma década e, depois, no princípio dos anos 90.
Não há como deixar esquecidos em um canto da memória tempos tão felizes e momentos tão mágicos. Como era gostoso ficar ali, ouvindo os hits do momento que eram tocados, um a um, pelo trio formado pelos irmãos Zé e Paulinho Labegalini e pelo Luisão.
Um tempo mágico que não volta mais, mas que ficou guardado na memória de quem teve a oportunidade de viver toda essa magia. Quantos casamentos começaram ali, naquele lugar mágico, cheio de luzes e som.
Guardo na memória os amigos de cada época de minha passagem pela discoteca do Centrão. Muitos deles presentes nas três fases, como o Rochinha e o Rosinha, amigos inseparáveis e apreciadores de tudo que é bom.
Como seria bom poder voltar àquele tempo. Chegar na porta do Centrão e ver a Idalina ali, parada, aguardando para conferir a carteirinha de cada um ou encontrar o ‘seo’ Paulinho Luvizetto, uma lenda viva na história do Centrão.
Daria tudo para sentir novamente a magia daquele lugar. Encostar no balcão do bar, ao lado do Ronalde Soares, do Di Canguru, do Bolão, do Dênis Rocha e de tantos amigos que ficaram pelo caminho ou sumiram por esse mundo afora.
Como seria bom reviver aquele tempo. Um tempo em que a noite do domingo era reservada para a discoteca do Centrão. Tenho guardada na mente as músicas verdadeiras de discoteca e o ambiente sadio e saudável.
Sou desse tempo. Um tempo em que ter um som no carro era equipar o mesmo com um tape TKR ou Road Star, que eram o que havia de melhor. Muito diferente de hoje, tempos em que quem equipa o carro coloca o som do lado de fora e sai pelas ruas com o volume aos berros, evidenciando o mau gosto musical do proprietário do veículo, sem ser molestado pelos homens de farda.
Às vezes, quando o sono vai embora e os olhos secam, me pego divagando por esse tempo, que marcou a vida de quem teve o privilégio de vivê-lo, e que me traz nostalgia, saudade e prazer, principalmente prazer de ter vivenciado tudo isso.
Sinto que minha cabeça roda no embalo das músicas e das luzes. Meu pensamento voa velozmente e, como se penetrasse em um túnel do tempo, me remete aos bons tempos dos embalos de domingo.
Sou um saudosista inveterado, gosto de relembrar bons momentos de minha vida e dividir tudo isso com quem teve a oportunidade de viver todos aqueles momentos. Às vezes, em meio aos meus devaneios, chego a pensar se existe alguém que, como eu, derrube lágrimas de saudade desse tempo que não volta mais.
O Centrão fez e faz parte da vida de milhares de pessoas. Marcou a adolescência, a juventude e a vida de quem freqüentou suas discotecas.
Não vou me esquecer nunca desse tempo mágico, das músicas que até hoje curto e tenho orgulho de dizer que são as minhas prediletas ou de tantos momentos inesquecíveis. E tenho plena certeza que quem pisou naquele lugar vai relembrar de cada segundo vivido ali.
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