Carregando aguarde...
Itapira, 10 de Janeiro de 2025
Notícia
12/12/2014 | Inclusão no mercado de trabalho é foco de projeto elaborado pela Apae local

  

 


Desde o começo do ano, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Itapira vem atuando com um programa pioneiro de inclusão dos alunos no mer­cado de trabalho. Custeado pela verba proveniente da doação do 1% do Imposto de Renda, o projeto Oficinas de Inclusão Produtivas age em parceria com o CIEE (Centro de Integração Empresa Es­cola) e com empresas locais que deram abertura para a inserção de estagiários em seu quadro de pessoal. “Já fazíamos esse trabalho há algum tempo, mas era através de análise de per­fil e contratação direta. O diferencial deste projeto é que ele é feito em forma de estágio”, explicou Rosângela Martucci, coordenadora do projeto.

A enfermeira Thuê Ca­margo Ferraz de Ornellas, responsável pela elaboração do projeto, complemen­tou dizendo que uma das principais preocupações das empresas ao contratar os alunos é a questão da legislação trabalhista, que foi resolvido com a parceria junto ao CIEE. “Como somos uma escola esse trabalho junto ao Centro de Inte­gração foi possível. Eles ficaram responsáveis pela formalização do contrato e cuidado com a parte legal da contratação dos estagiários, isentando a empresa de qualquer problema.”, desta­cou. Ela também ressaltou o fato que os alunos que já recebem qualquer tipo de benefício não irão perdê-los. “O dinheiro proveniente do estágio será agregado”.

Para que a oficina pudes­se ser implantada na Apae, foi necessária a contratação de uma terapeuta ocupa­cional, Aymêe Yonezawa Fernandes, e uma psicóloga, Marina Colosso, para co­ordenar as atividades que dizem respeito à preparação para o trabalho de modo geral, assiduidade, higiene, responsabilidade e tarefas práticas. Além disso, um trabalho especial foi feito junto as famílias e durante o período de adaptação na empresa. “No período da manhã eles assistem aulas na Apae e no período da tarde vão com o motorista para o trabalho. Ao término do expediente, o mesmo motorista os busca e eles retornam para a escola. Durante todo o período de execução do projeto quatro alunos tiveram a oportunidade de conseguir um emprego. A primeira empresa que nos abriu as portas foi o Supermercado Antonelli que, inclusive, já havia contratado nossos alunos anteriormente”, ressaltou Martucci.

A coordenadora do projeto contou que, inicialmente, uma das intenções era levar alguma atividade para ser feita nas dependências da escola, mas até o momento nenhuma parceria foi fechada com empresas da cidade. “Gostaríamos de ter funções diferentes para perfis diferen­tes e estamos abertos para esclarecimentos de quaisquer dúvidas para ampliar nosso quadro de parceiros”.

Cerca de 50 alunos da entidade estão inseridos nas atividades de inclusão para o mercado de traba­lho, seja nas oficinas ou no programa PET Trampolim do Senac. Assim como na lei do menor aprendiz, a partir dos 14 anos eles podem iniciar as aulas e aos 16 podem começar a estagiar. “No próximo ano vamos montar oficialmente o Programa de Educação para Trabalho aqui na Apae. Somos uma escola habilitada e vinculada à Secretaria de Educação e essa proposta já está sendo pensada e desenvolvida em outros locais. É um trabalho complexo que irá agregar ainda mais nas oficinas e ampliar o trabalho dos pro­fissionais”, comentou Thuê.

Sobre o balanço do pri­meiro ano do projeto – que será reapresentado no CMD­CA (Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Ado­lescente) no próximo ano para renovação do custeio – Rosângela Martucci clas­sifica o saldo como positivo, assim como todos os demais projetos (música, equote­rapia e custeio) financiados pela verba proveniente da doação do 1% do Imposto de Renda. “Creio que só temos a crescer e agradeço pelas doações, pois sem essa verba não conseguiríamos desenvolver esse trabalho aqui na Apae”, finalizou.

Acompanhamento e monitoramento

“A nossa proposta é prepa­rar os alunos para o mercado, acompanhar a implantação junto com o departamento de Recursos Humanos o tem­po que for necessário e, por fim, fazer o monitoramento”, resumiu Thuê.

Com essa finalidade, a psicóloga Marina Colos­so elaborou um projeto de pesquisa com todos os alu­nos e ex-alunos da Apae que foram inseridos no mercado de trabalho para descobrir quais fatores contribuíram para o sucesso da contrata­ção e poder enfatizá-los nos treinamentos e capacitações futuros. “Para esse trabalho de monitoramento visitamos os locais e conversamos com os alunos através de perguntas disparadoras e específicas. Além disso, também buscamos informações com as pessoas que convivem com eles dia­riamente para saber sobre o relacionamento interpessoal, bem estar e desenvolvimento do trabalho”, comentou.

De acordo com o relatório elaborado, os quatro fatores evidenciados foram vontade individual de trabalhar, apoio da família, correspondência entre o cargo que exerce e o interesse/habilidade do ex-aluno e clima de trabalho adequado.

No primeiro deles, cada um dos alunos relatou mo­tivos que o incentivavam na busca por uma oportu­nidade, seja ajudar a famí­lia, ter o próprio dinheiro, contato com novas pessoas e conquistas de desejos materiais. Já o apoio da família está relacionado ao incentivo oferecido e à ausência da postura de su­perproteção ou vitimização. O terceiro fator diz respeito à satisfação do aluno em exercer uma função que ele já praticava ou que gostava, fazendo com que se sentis­sem adaptados e seguros para atuar na empresa. Por fim, o último item retrata o quanto o aluno se sente respeitado e considerado na empresa, seja pelos chefes imediatos, colegas de tra­balho ou clientes.

Independência e autonomia dos estagiários

Com a intenção de criar o espírito de independência e autonomia dos estagiários, dentro do projeto Ofici­nas de Inclusão Produtivas também foi inclusa uma atividade de compra mo­nitorada. “Nossa intenção é que eles se tornem mais independentes e, para isso, eles foram acompanhados durante as compras, anda­ram de ônibus e tiveram a oportunidade de controlar parte do dinheiro”, expli­cou Thuê. “Nós ouvimos o que eles queriam e fomos até os estabelecimentos com eles. Enquanto eles escolhiam os produtos, íamos fazendo as contas e falando quanto sobraria de troco, ou seja, treinando a matemática, a análise das vontades e passando noções gerais de economia. O mais interessante é que muitos deles levaram as compras para dividir com a família, o que é muito benéfico para o desenvolvimento”, concluiu a psicóloga Marina.

 

 

Fonte: Da Redação do PCI

Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.

Veja Também
Deixe seu Comentário
(não ficará visível no site)
* Máx 250 caracteres

* Todos os campos são de preenchimento obrigatório

895 visitantes online
O Canal de Vídeo do Portal Cidade de Itapira

Classificados
2005-2025 | Portal Cidade de Itapira
® Todos os direitos reservados
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste portal sem prévia autorização.
Desenvolvido e mantido por: Softvideo produções