Nesta sexta-feira, 19, completa-se um mês de intensa propaganda eleitoral no rádio e na TV. A presente campanha eleitoral ingressará em suas duas e decisivas semanas antes da realização do primeiro turno. Algumas lideranças municipais avaliaram o atual quadro eleitoral e a opinião mais recorrente é a de que a atual presidente Dilma Rouseff (PT) enfrentará a ex-ministra Marina Silva (PSB) num segundo turno.
As mais recentes pesquisas de intenção de votos corroboram com este cenário. Dilma aparece na dianteira , tendo logo atrás Marina Silva e em terceiro lugar aparece Aécio Neves (PSDB). Ainda de acordo com as mesmas sondagens, Marina teria uma ligeira vantagem no segundo turno, chegando ao limite do chamado empate técnico.
Apesar do cenário pouco favorável para os adeptos da candidatura de Aécio Neves, que em Itapira é apoiado pelo grupopolítico liderado pelo deputado estadual José Antonio Barros Munhoz (PSDB), entre os que acreditam que uma mudança maios significativa pode ocorrer até o dia da eleição está o prefeito José Natalino Paganini (PSDB). “Até o dia da eleição muita coisa ainda pode ocorrer. Com os desdobramentos de mais um escândalo que afeta diretamente a campanha de Dilma e indiretamente a de Marina - a deleção feita pelo ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, sobre um esquema de cobrança de propinas por parte de políticos da base governista - precisamos aguardar mais tempo para ver como o eleitorado vai reagir a estas denúncias. Costumo dizer que assim como o futebol, em política um jogo pode ser decidido nos últimos instantes – vide a vitória do deputado Barros Munhoz em 96 quando derrotou na eleição para prefeito o então candidato Alberto Mendes, tido na véspera da eleição como virtualmente eleito para o cargo. Eu prefiro esperar”, avaliou.
O ex-prefeito David Moro Filho, 76, outro adepto da candidatura de Aécio Neves comunga de pensamento parecido. “Eu acredito numa reação. A presidente Dilma vem numa descendente e enfrentando sérios problemas em seu governo. A Marina não tem conseguido passar uma imagem de confiabilidade principalmente ao público mais esclarecido, enquanto que o Aécio tem sido aquele que tem apresentado um programa de governo mais coerente com a realidade do país. Quando existe o debate entre os candidatos, o Aécio via de regra tem se saído melhor. E temos que ver até que ponto a repercussão de mais este escândalo vai mexer com o humor dos eleitores. Por isso ainda creio numa virada”, expressou.
O ex-vereador Manoel Alvário Marques Filho é um dos que acreditam que a eleição se polarizou entre Dilma e Marina. “A menos que haja outro fato da maior gravidade como foi a morte do Eduardo Campos, a campanha para presidente já está definida no primeiro turno”, acredita. Aprofundando em sua análise, Marques diz que o segundo turno será uma outra eleição, recomendando cautela aos que insinuam que Marina ganharia a disputa até com certa facilidade. “Tudo vai depender muito da recomposição das forças para a disputa do segundo turno. Você não pode ignorar o poder que a máquina do governo possui em situações específicas como esta.Dilma com certeza chegará forte ao segundo turno”, projetou. Marques diz ainda que esta campanha tem se notabilizadopor uma aparente apatia. “Estamos aí praticamente a duas semanas do fim da campanha eleitoral e vejo poucas pessoas falando de política. É preciso ficar atento ao que a massa silenciosa vai querer dizer quanto for chamada à urna”, filosofou.
O advogadoTomaz Antonio de Moraes, presidente da OAB local, acredita que Marina Silva se beneficiou do chamado efeito comoção causado pela morte de Eduardo Campos e na sua opinião a ex-ministra dificilmente deixa de disputar o segundo turno. Quanto a Dilma Rouseff, ele a enxerga acossada por diversos problemas que no seu entender não atingem o eleitorado da atual presidente. “A Dilma dificilmente deixa de ir para um segundo turno. Por isso a situação do Aécio é muito complicada”, analisou.
Base
O vereador Cesar Augusto da Silva, o Cesar da Farmácia (PT), acredita que Marina Silva não consegue sustentar a boa posição aferida até aqui pelos institutos de pesquisa. “Ela cresceu devido a onda de comoção em torno da morte do Eduardo Campos e se estabilizou num patamar que a credencia em disputar o segundo turno, mas não tem uma base de apoio que lhe permita ter vantagem sobre Dilma num hipotético segundo turno. Dilma venceria até com relativa facilidade, no meu entendimento”, projetou. Questionado se o mais recente escândalo não pode tirar votos da candidata do PT, Cesar disse que são factoides criados para tentar evitar a vitória eleitoral de Dilma. “É política. Isso não vai dar em nada”, tangenciou.
O motorista José Vicente da Silva, presidente do PSB de Itapira, comunga do pensamento do colega do PT. “A Marina conseguiu catalisar neste atual momento da campanha um sentimento de mudança presente na maioria dos eleitores. Mas para uma disputa de segundo turno, precisará de algo mais. Vai precisar de uma estrutura partidária que não possui. Dilma, por outro lado, tem esta ampla base de apoio”, divagou. Perguntado se na sua opinião, no caso do candidato do PSDB não ir ao segundo turno não seria lógico que seus eleitores – que tradicionalmente não votam no PT – migrassem para Marina, Silva respondeu que a candidata de seu partido queimou muitas pontes antes de se tornar candidata a presidente, em alusão aos vetos que Marina fez para subir em palanques do PSDB como é o caso do Estado de São Paulo. “Não que eu ache que ela não tem chance de superar Dilma. Apenas estou colocando minha opinião de que Dilma ainda é a favorita num confronto direto entre as duas. Mas em eleição a gente sabe que nem tudo é ciência exata. Ou seja, de repente, a Marina pode superar as desconfianças em torno de seu nome e catalisar o grande desejo de mudança que hoje pode ser constatado em muitos setores da nossa sociedade e ganhar a eleição”, concluiu.
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