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Itapira, 26 de Novembro de 2024
Notícia
04/11/2011 | Lilia Aparecida Pereira da Silva

Falar de alguém é sempre algo desafiador, pois, se espera que o aludido goste e se enterneça pelas palavras polidas com que o narrador o descreve. Falo de Lilia Aparecida Pereira da Silva. Outras pessoas, realmente importantes, já falaram dela, de sua arte que é eclética. Passa pela pintura de telas, desenhos, teatro, traduções, copista, pianista,  ilustradora,  contos infantis, esculturas, publicações sobre Direito e Psicologia e,  poesias. Sua formação acadêmica inclui: Direito, Psicologia, Letras e Jornalismo.

É filha do saudoso Dr. Hortêncio Pereira da Silva e Dona Josefina Galdi, membros das famílias fundadoras da cidade de Itapira. Aos 5 anos de idade já compôs um soneto, intitulado “ Natal”. Publicou até hoje mais de cem livros sendo que muitos traduzidos em outras línguas, sem contar sua produção de  telas, esculturas e desenhos. Não sou crítico de Arte mas pego carona nas vozes de autores renomados que falam dela. A elogiam ao extremo. Sua verve é lírica e ao ler diversos poemas seus, percebemos os sentimentos e emoções que os recheiam.


Além do acervo posto no museu com parte de suas obras (Câmara Artística), podemos conhecê-la por seus livros na Casa da Cultura e também na Biblioteca que leva seu nome no bairro da Vila Ilze. Em seus livros, encontramos sempre o depoimento de escritores e críticos, daqui e do exterior, enaltecendo sua poesia e pensamentos que transcendem o ser humano que ela encarna. Vou citar alguns nomes: no Brasil - Menotti Del Picchia, Paulo Bomfim, Clarice Lispector, Guilherme de Almeida, Carlos Drummond de Andrade, Cassiano Ricardo, Quirino de Andrade. No exterior – H. Houwens Post (Holanda), Enrique Lopez Alvarez (Perú), Leo Magnino (Italia), Pent NurmerKund (Estonia), Vittorio Crescimanno Tomasi (USA), Claude Cotti (França), Gregório San Juan (Espanha), Mirley m. Avalis (Argentina), Fernando Namora (Portugal), Roman Fontan Lemes (Urugauy), e tantos outros.
 

Em entrevista ao poeta e repórter Álvaro Alves de Faria, Lilia fala de sua vida de poetisa. Decepções e alegrias que foram impressas em sua alma e da dedicação de uma vida toda voltada à Arte. Conheceu o mundo por causa dela. Recebeu inúmeras homenagens e prêmios e fez amigos e admiradores em diversos países. Um exemplo: Membro da Academia de Letras e Artes de Paris, França. Num trecho desse colóquio, Lilia afirma “....Como você se situa na poesia contemporânea brasileira? – Não me situo. Talvez, um dia, na posição de joelhos da minha poesia, me situem no Brasil. Sei mais falar de mim, da fome de escrever. Pertenço à geração de Aurélia Bandeira de Faria, de Paulo Bomfim, de Lupe Cotrim Garaude, Ivete Tonnus....”. Aqui no Brasil, não se preocupou em divulgar suas obras. Sempre usou pequenas editoras e, como mesmo diz ao repórter, compara sua criação (na visão daquele que escreve este texto)  como pequenas aves, criadas e soltas ao vento que ela não sabe aonde vão parar. Ela, simplesmente, vai escrevendo conforme a inspiração que vem de Deus e assim que pode, as edita. 
 

ACERVO EM:
Alemanha – Stuttegart
Austrália – Sydney
África – Libéria
Ásia – Tailândia, Pakistão e Singapura
Argentina – Santa Fé
Brasil – Vários museus e particulares
Bulgária – Lubiana
Bélgica – Bruxelas
Canadá – Toronto
Colômbia – Bogotá
Cuba – Havana
Chile – Santiago
Espanha – Barcelona
EUA – N.Y.,  Washington,  Philadélphia,  Miami Beach e Flórida
Filipinas – Quezon City
Finlândia – Suomi
França – paris
Grécia – Atenas
Holanda – Utrecht
Hungria – Budapest
Hawai – Honolulu
Índia – Bangalore
Italia – Roma,  Napoles e Battipaglia
Inglaterra – Londres
Iuguslávia – Rijeka
Japão – Tóquio, Hiroshima e Hiokoama
Libano
México – D.F.,  Toluca,  Acapulco e Ixtapalapa
Nicarágua
Portugal – Felgueiras
Perú – Lima
Suécia – Gotemburgo
Tobago – Trinidad
Turquia
Venezuela – Caracas
Rumânia – Bucarest
Russia – Moscow,  Estônia e Odessa

 

No museu histórico, logo na entrada, quem lá for, poderá apreciar suas telas e um pouco de sua vida pessoal. Seu busto feito por Menotti Del Picchia e diversos livros colocados em três armários. As homenagens estão num quarto armário próximo dos já citados. Apesar de estar na idade da sabedoria, dirige seu próprio carro de São Paulo até aqui, onde permanece com os seus por alguns dias. Aproveita para visitar o museu e sempre traz algo novo como doação. Já doou vários objetos ao museu – selos, livros, telas, publicações, certificados, diplomas, etc.  Alegre e comunicativa permanece no museu pouco tempo, pois, tem pressa de viver.
 

Aqui, coloco o que Menotti diz sobre a artista “...é já matreira nos caminhos da Poesia. Raros espíritos inquietos são tão copiosos e presentes em nossas letras e artes plásticas como esta querida Lilia...” (1964).

Auto-retrato, óleo sobre tela, junho de 1995, SP

Reproduzo uma das poesias intitulada:
A Máscara
Os que batem em minha máscara,
     Como se bate à porta,
Foram sempre mãos de luvas.

Os que me beijaram a máscara,
Sonhando beijar-me os lábios,
Foram sempre marionetes.

Os que pintaram a máscara
Em tom mais triste que o cinza,
Foram sombras dispensadas.

Os que me transpassaram a máscara
                 Foram deuses,
                Nunca homens.
Lilia Pereira

 

Coloco aqui alguns desenhos de Lilia, pois, por muitos anos, ela fez seus desenhos para o Jornal ... de São Paulo, e só sabia qual era o tema a cada noite que chegava à redação. Interessante ver que seus desenhos são feitos por linhas e olhando o conjunto percebemos a imagem como se estivesse repleta.
 

                                             

                                               

 

                                                                                      Tróva à Lilia

                                                                              vivendo a vida assaz
                                                                                fazendo arte excelente
                                                                                   daqui, Lilia loquaz 
                                                                                      despontou mui fulgente
 

 

Fonte: Márcio Carlos

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