Praticamente oito meses após ter decidido em votação unânime rejeitar as contas do ex-prefeito Toninho Bellini (PV) contrariando parecer emitido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, a Câmara Municipal enfrenta o primeiro revés a respeito da polêmica decisão. Por decisão do Juiz Pedro Rebello Bortolini, da 1ª Vara da Comarca, Toninho Bellini obteve decisão suspendendo os efeitos da decisão tomada naquela oportunidade. “A partir dos documentos acostados à inicial , numa análise preliminar, própria desta fase processual, infere-se que, no procedimento que culminou com a aprovação do Decreto Legislativo nº 255, de 27 de março de 2013, não teria garantido ao autor, então Prefeito Municipal, o direito de defender-se. Com efeito, não consta que tenha sido o autor intimado ou notificado a apresentar defesa, o que vicia ao menos em princípio, o procedimento que culminou na aprovação do decreto, por violação do artigo 5º , LV da Constituição Federal”.
Com a decisão, Toninho Bellini, teve suspensos seus direitos políticos além de outras implicações de natureza civil. Sobre o assunto, o ex-prefeito disse que sempre manteve uma convicção “inabalável na Justiça” e que espera com serenidade o desfecho do caso quando será julgado o mérito da ação. Ele disse que pretende pedir indenização por danos patrimoniais e morais ao Legislativo.
Bellini disse ter convicção de que as bases da argumentação de sua defesa continuarão tendo aceitação também em esferas judiciais superioras, na eventualidade – quase certa - de que o assunto ainda terá desdobramentos. “Estou amparado por diversas jurisprudências nas mais altas cortes do país, todas elas com entendimento de que o amplo direito de defesa e ao contraditório é pressuposto essencial na avaliação de casos como este em que fui condenado. Não existe a menor dúvida de que fui vítima de uma espécie de ‘Tribunal de Exceção’ e com absoluta certeza iremos comprovar estes fatos também nas esferas superiores da magistratura se isso se tornar necessário”, frisou.
O ex-prefeito disse ainda que em sua defesa argumenta que a decisão da Câmara foi uma manifesta perseguição também àquelas pessoas que o conduziram ao cargo exercido de 2005 a 2012. “Fui vítima de um julgamento político e isso atinge de forma indireta todas as pessoas que votaram em mim para exercer o cargo de prefeito”, entende.
O atual presidente da Câmara, vereador Carlos Sartori (PSDB), informou por meio de sua assessoria que o Legislativo ainda não foi notificado sobre a decisão e que por isso ainda não pode emitir nenhuma opinião a respeito do assunto.
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.