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Itapira, 25 de Novembro de 2024
Notícia
14/05/2014 | Luiz Santos: As cinco mortes da Família

Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente” (1 Tm 5.8).

A Família, das instituições planejadas e desejadas por Deus, junto com a Igreja, é a que sofre os maiores ataques do inimigo. Famílias enfermas, escravas de vícios, desestruturadas, miseráveis, socialmente marginalizadas tornam-se produtoras de muitíssimas mazelas que assolam a humanidade.  Existe toda uma cultura de morte que envolve a família e que a faz morrer muitas vezes. Pelo menos sãos cinco os tipos de mortes pelas quais passa a família hoje em dia:

1. Morte Financeira. A ilusão do crédito fácil tem levado muitas famílias ao endividamento crônico que rouba a paz, a sensatez e a comunhão nos lares. O consumo desenfreado que faz comprar o que não se precisa, com um dinheiro que não se tem, para justificar-se perante alguém que nem se conhece tem provocado muitos males e dissabores em casamentos, relacionamentos pais e filhos, levando a muitos para o desespero. Ainda que a propaganda oficial diga o contrário, o desemprego é uma realidade no Brasil. Crescente consistentemente nos últimos dez trimestres. Sem emprego formal, com as garantias mínimas, a saída para muitos pais de família é o subemprego e para os jovens há ainda o perigo da sedução do crime organizado. Pode-se colocar, sem qualquer apologia político-ideológico, e sem demagogia burguesa, também na conta dos programas sociais como bolsa família e outros, a manutenção da pobreza com certa dignidade que na verdade esconde e maquia muitos currais eleitorais.

2. A morte social. Muitas famílias se encontram alienadas socialmente, não tem direito a vez e voz. Não se sentem e muitas vezes não estão representadas nas câmaras municipais, estaduais e federal. Não tem acesso à saúde básica de qualidade, não se sentem protegidas pelas forças de segurança pública. Em muitos casos nem mesmo a justiça parece dar-lhes oportunidade. A morte social gera uma tensão quase insuportável que faz as coisas saírem do controle e da medida, como temos assistido nas manifestações Brasil a fora. A falta de modelos morais nas lideranças e a corrupção endêmica e impune só fazem aumentar o sentimento de desesperança.

3. Morte física. O morrer é inevitável. Mas, muitas mortes não. A violência no trânsito tem ceifado preciosas vidas. Há todo um futuro das famílias e da sociedade em geral comprometido com a perda brutal de vidas jovens pelas ruas e estradas de nosso país. São pais e mães que não verão seus filhos formarem-se na faculdade, ou adquirir estabilidade profissional. Não terão álbuns nem festa de casamento para seus filhos e não embalarão seus netos. São famílias recém - constituídas que terão sonhos e projetos violentamente abortados. Há ainda a violência urbana galopante, latrocínios, assaltos e sequestros relâmpagos, a banalização da violência contra a vida.

4. Morte cultural. As últimas pesquisas apontam para um aumento de crianças e jovens longe dos bancos escolares. Aumentou também o analfabetismo em algumas regiões do Brasil. Muitos profissionais, egressos da Universidade estão despreparados para o mercado de trabalho com deficiências em seu treinamento. Famílias sentem-se lesadas em anos de investimento. Embora a internet esteja em milhares de lares brasileiros e nos celulares, e haja uma enxurrada de informações instantâneas, em tempo real, nem por isso nossas famílias possuem formação de qualidade. A falta de acesso à biblioteca, teatro, cinema, salas de concertos, museus, apresentações artísticas populares de qualidade e etc. matam o espírito humano. Não há ética sem estética, sem o gosto pelo belo que eleva a alma humana para o bom e o verdadeiro, não há vida que faça sentido. Sem cultura, nossas famílias morrem, o que sobra é a fealdade da violência e a brutalidade da natureza humana estupidificada pela ignorância que leva ao preconceito, ao racismo e etc.

5. Morte religiosa. A ausência de Deus e do correto relacionamento com Ele é a raiz da mais trágica morte do homem e por consequência da família. É a morte ontológica, a morte do ser. Mas a morte religiosa não se dá apenas através da ausência da busca de Deus ou do exercício da fé. Também muitas famílias morrem pela exploração inescrupulosa de líderes e Igrejas, que ofertam e prometem o que eles não podem dar e o que Deus mesmo nunca prometeu a quem quer que seja. Quantas famílias espiritualmente desiludidas e arrebentadas porque foram vítimas de lobos transvestidas de cordeiros. Sem uma vida religiosa saudável, libertadora, ética, equilibrada e bíblica, o que resta às famílias é o aqui e o agora. É o material, a reificação da vida, o que nos leva à morte número 1 e o eterno ‘ciclo vicioso’ da morte das famílias.

Por nossas famílias e pela graça do Evangelho, lutemos todos por uma cultura de paz, uma cultura que favoreça à família, que favoreça a vida!

Reverendo Luiz Fernando

Pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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