O mês de agosto é um tempo especialmente importante para os presbiterianos em particular, mas também para a igreja evangélica em geral. No dia 12 de agosto comemoramos os 160 anos da presença presbiteriana de maneira oficial em solo brasileiro. A data assinala a chegada do pioneiro missionário americano Ashbel Green Simonton. Os presbiterianos estão representados em pelo menos quatro grandes denominações: Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB); Igreja Presbiteriana Independente (IPI); Igreja Presbiteriana Conservadora (IPC) e Igreja Presbiteriana Renovada (IPR). O presbiterianismo não é somente um sistema doutrinário e eclesiástico, mas também uma Cosmovisão peculiar, isto é, uma visão de mundo muito específica, um estilo de vida e uma maneira de ser. Para um presbiteriano a totalidade da vida se passa sob a soberania de Deus, o que implica o controle absoluto da história por parte deste Deus, a normatividade da ética e da moral pelos imperativos absolutos das Sagradas Escrituras e a dedicação do coração para amar a Deus e servir o próximo e da mente para conhecer a verdade última de todas as coisas. Um presbiteriano entende a sua vida em termos de serviço e ministério integral prestados a Deus e na exaltação da sua glória. Um presbiteriano entende o seu ser e estar no mundo em termos vocacionais, isto é, está convencido que possui um chamado para servir aos propósitos do Senhor dentro da história, no desenvolvimento humano, no progresso e aperfeiçoamento das instituições sociais, políticas, científicas e na promoção das artes em geral. Para atingir esses objetivos, investe na formação de seus ministros (pastores) em nove instituições de excelência no ensino teológico espalhados pelo Brasil e um centro de pós-graduação de renome internacional, o Centro Andrew Jumper em São Paulo, para o aperfeiçoamento do ministério pastoral. Investe de maneira consistente em sólida formação acadêmica e pesquisa na Universidade Presbiteriana Mackenzie, um centro de excelência em todos os ramos do saber. O objetivo é formar homens e mulheres capacitados para atuarem no mundo aplicando em todas as dimensões da vida os sublimes valores da justiça do Reino de Deus que já chegou até nós em Jesus Cristo. Evidentemente que de todas as missões para as quais um presbiteriano se sente chamado, nenhuma delas se equipara com a sua vocação de anunciar o Evangelho explicitamente, fazer discípulos de todas as nações, catequizar, plantar igrejas e proclamar as excelências daquele que o chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Há 160 anos os presbiterianos reunidos em suas igrejas, concílios, autarquias e ministérios vêm se esforçando para cumprir com o mandato recebido de seu Senhor. Por isso, muitas são as razões pelas quais fazemos subir aos céus a nossa ação de graças. Mas, não ignoramos que também há muito pelo qual devemos pedir perdão a Deus. Pelas vezes que não fomos mais fervorosos, comprometidos e zelosos por cumprir a nossa missão. Pedir perdão pelas vezes que fomos motivados por paixões cobiçosas, rasteiras e mesquinhas e colocamos o nosso desejo de poder e realização pessoal à frente da magnificência da glória do Altíssimo. Contudo, confiados na misericórdia do Senhor e na indestrutibilidade de sua Aliança conosco, renovamos nossos votos de o servirmos incondicional e integralmente, de todo o nosso coração, como tudo o que temos e aproveitando com discernimento todas as ocasiões. Renovamos o nosso compromisso com o Evangelho da graça e as suas exigências inegociáveis e queremos dizer uma vez mais com o profeta: Eis-nos aqui, Senhor. Envia-nos! (Is 6.8).

Reverendo Luiz Fernando é Ministro da Igreja Presbiteriana Central de Itapira