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Itapira, 21 de Novembro de 2024
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22/05/2012 | Luiz Santos: O dever de amar na Igreja

 “Todos os vossos atos sejam feitos com amor.”  1Co 16. 14.

Em todas as igrejas existem aqueles irmãos que se apresentam como arautos da verdade e paladinos da justiça. São inflexíveis quando se trata de observar regras, costumes, regimentos, leis etc. Chegam a ser impiedosos em seus julgamentos quando um irmão mais fraco tropeça. E são implacáveis quando um líder ou alguém que possui alguma função ou ofício não realiza muito bem a sua obrigação. Infelizmente não poucos crentes são formados e criados no formalismo religioso que torna o crente legalista e engessado em seu progresso espiritual.

Todavia Jesus, durante o seu ministério terreno, foi um crítico bastante ativo deste procedimento exteriorizado da piedade. Jesus não desmereceu o dízimo dos fariseus, mas questionou o abandono da justiça e da misericórdia, coração da Lei (Mt 23.23). Jesus não desautorizou a lei mosaica, mas levantou suspeitas quanto a “moral” dos fariseus no caso da mulher flagrada em adultério. Quem não tem pecado...? (João 8. 3-11). Jesus não transgrediu a tradição dos pais, entretanto condenou toda forma de religião que ostente uma piedade que julgue o outro inferior a si mesmo, veja o caso do fariseu orando no templo (Lucas 18. 9-14). Jesus não questionou o preparo e o conhecimento dos fariseus, escribas e mestres da Lei, mas julgou seu comportamento destituído de sinceridade e amor (Lucas 11. 45-52).

Com estas coisas não quero dizer que devamos ser cristãos antinomianos, isto é, vivendo sem lei e sem regras. Longe disso. O que aprendemos do Evangelho é que todas as coisas na igreja devem favorecer a comunhão, a edificação e o amor. Aquilo que não contribui para que o amor seja vivido, transmitido e celebrado na comunidade, para muito pouca coisa serve. Não é a toa que Jesus disse que a nota identificadora do cristão é o amor (João 13. 34-35).

A Igreja primitiva deu provas deste amor no Livro de Atos, nas Epistolas de Paulo aos Coríntios, nas cartas de Pedro e João. A Igreja antiga cultivou este amor fraterno e sacrificial imortalizando-o em sentenças como essa: “A medida do amor é amar sem medidas... só o amor pode nos devolver a semelhança com Deus.” Na Idade Média também os grandes homens e sábios cristãos acentuaram a realidade cristã do amor: “Onde não há amor, coloca amor e encontrarás o amor.” “Na verdade, unidade. Na dúvida, prudência. Em todas as coisas porém, o amor.” A doutrina nos sedimenta na verdade. O conhecimento da verdade nos enraíza na esperança. A disciplina nos assegura a tranquilidade e a paz no rebanho. Mas, só o exercício do amor fraterno, dadivoso e gratuito pode curar as feridas, aproximar os distantes, edificar a igreja e construir a comunhão sem a qual nenhuma igreja pode subsistir.

Quero convidá-lo ao amor. Quero exortá-lo a trocar palavras ásperas e desagregadoras, por gestos e palavras de humanidade e gentileza. Quero desafiá-lo a jogar fora e desprezar concertos e diálogos onde a pessoa do próximo, seja ele quem for, seja aviltada em sua dignidade humana e de filho de Deus, portanto, seu irmão. Quero suplicar-lhe que coloque o amor como tempero de suas palavras, como fermento de seus juízos, como freio para seus lábios, como termômetro de seus sentimentos e como inspiração para seu ministério, ofício ou cargo na igreja. Não se deixe vencer pelo mal. E como ensinou um dos pais da igreja: “Ama e faze o que quiseres, porque quem ama, jamais faz o mal.” (Cipriano)

 Reverendo Luiz Fernando

Pastor Mestre da Igreja Presbiteriana Central de Itapira

Fonte: Luiz Santos

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