“E, se não há ressurreição dos mortos, então Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação.” (1Co 15.13,14).
Esta é a maior, melhor, mais necessária e mais maravilhosa notícia que já foi dada na história da humanidade: “Ele não está aqui: RESSUSCITOU!” (Lc 24.6). Este evento é o grande divisor de águas da história, pois, agora a existência humana sai do absurdo de uma vida sem sentido, é redimida dos embaraços da morte e da desesperança radical. Com a ressurreição de Cristo a vida nos é dada, a nós, que estávamos mortos em nossas transgressões, em nossos pecados. É justamente a ressurreição o firme fundamento de tudo quanto cremos, pois se ‘Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé’.
Os eventos pascais são o puro Evangelho, é a comunicação daquilo que Deus realizou por amor a si mesmo, por fidelidade à sua justiça, pelo zelo de sua santidade, para a manifestação de sua glória e graça, cumprindo a sua promessa de salvar pecadores pela paixão, morte e ressurreição de Jesus. Este era, desde toda a eternidade, o plano estabelecido pelo Pai, de eleger em Cristo os quer seriam salvos. Esta era a missão dócil, amorável e obedientemente aceita e executada pelo Filho: A ignominiosa morte de Cruz e a gloriosa ressurreição como triunfo sobre a morte, o pecado e o mal. Esta é a notícia mais desesperadoramente necessária a ser gritada a plenos pulmões para o mundo.
A missão da Igreja é tão complexa que dela se fala apropriadamente no plural: missões. Deve educar na fé, exercer o ministério do consolo e do conforto. Deve fazer-se presente nas demandas dos pobres, lutar pela justiça e equidade, profeticamente erguer sua voz em defesa da vida, dos valores, da família, da paz. Deve engajar-se nas lutas sociais, iluminar e influenciar eticamente a sociedade e participar efetiva e criativamente com ministérios de socorro, proteção social, promoção humana e assistência em geral. A caridade faz parte das boas obras pelas quais o cristão e a Igreja devem andar (Ef 2.10; Tt 2.14).
Entretanto nenhuma tarefa é mais essencial, urgente e candente para a Igreja do que o anúncio do puro Evangelho, salvação e poder de Deus para todo aquele que crê (Rm 1.16). Evangelizar é declarar o que Deus dispôs a fazer na eternidade pretérita e de fato o fez quando da entrada de seu Filho na história dos homens na encarnação. Jesus nasceu na carne exatamente para isto: “dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10.45). Por tanto, o Evangelho é essencialmente uma declaração dos atos redentivos: Deus salva por meio de Cristo, com base em sua retidão e nos méritos infinitos de sua obediência que satisfez a vindicação da justiça do Pai ofendido pelo pecado de Adão.
Evangelizar é apresentar todo este plano como nascido no coração e na mente de um Deus que é amor e que ama não só obra de suas mãos, mas que ama eternamente o Filho e nele aqueles que ele escolheu: a Igreja. O anúncio da ressurreição nos remete ao problema fundamental do homem, o pecado, cujo salário é a morte. Logo, o Evangelho não é verdadeiramente pregado quando por meio dele o que se oferece é a instantânea solução para os problemas e entraves desta vida. Não há evangelização quando a intenção é “melhorar a qualidade de vida espiritual ou psicológica das pessoas”. Não há evangelização quando tudo o que se quer é manter uma amigável relação com Jesus. O Evangelho é a única revelação da verdade do homem ao próprio homem: Um falido, destinado a uma eternidade de radical infelicidade, incapaz de ser feliz com as próprias escolhas, e o pior de tudo, verdadeiramente culpado diante de Deus.
As melhores e mais fundamentais bênçãos quando o Evangelho é pregado e recebido são: o dom da fé, o novo nascimento, o perdão dos pecados, a aceitação na presença de Deus, a condição de filho adotivo e a graça da vida eterna no céu. De fato, o Evangelho é “ridiculamente simples” para os homens sábios aos seus próprios olhos ou inteligentes segundo os padrões do mundo: “A sabedoria deste mundo é loucura para Deus...Ele apanha os sábios na própria astúcia deles” (1Co 3. 19,20), “Visto que o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação” (1Co 1.21). Pregação do que? Do puro Evangelho. Do simples Evangelho. Desta alvissareira notícia de Páscoa: Ele Ressuscitou para que você tenha vida. Até que você o possua, a morte ainda “viverá” em você. Ressuscite com Cristo nesta páscoa: Aceite o Evangelho. Feliz Páscoa!
Reverendo Luiz Fernando
Pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira
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