“Continue o justo a praticar a justiça; e continue o santo a santificar-se.” (Ap 22.11 NVI).
A Salvação é uma ação exclusiva de Deus operada na alma do homem enquanto esse se mantém passivo. O Espírito Santo produz a fé salvadora e habilita o homem a crer, responder e a aceitar o Evangelho da salvação. Por meio dessa fé salvadora, obra do Espírito Santo, vamos tendo acesso à multiforme Graça de Deus e assim a nossa natureza decaída vai sendo transformada e arrefecidas as influências do pecado. Essa etapa da vida cristã, de subjugação do pecado, domínio da vontade da carne, fuga da mentalidade mundana, aspiração das coisas do alto é denominada de santificação.
Este processo é crucial para o cristão, a ponto de encontrarmos esta afirmação nas Escrituras: “Sem santificação ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Há também a exigência irrenunciável desde o Antigo Testamento: “Sede santos.” Assim, podemos constatar que a santidade é tanto uma necessidade, quanto uma obrigação do fiel. Todos nós devemos colocar a nossa santificação como um programa de vida, como uma busca ininterrupta, como uma maneira de ser e de existir no mundo.
Ser Santo é a única opção de vida para o cristão e não uma alternativa. A santificação é o processo de restauração de todas as áreas corrompidas pelos efeitos de nossa depravação total. É um processo que jamais atinge a perfeição nesta vida, mas que nunca pode ser negligenciado ou interrompido. Na santificação as seguintes áreas de nossa vida são atingidas com maior evidência:
1. Os afetos piedosos: passamos a sentir um irresistível amor e alto apreço pelas “coisas de Deus”. Passamos a exercitar a ação de graças com mais alegria e frequência. A presença na Casa de Deus e a associação com os irmãos na fé se tornam aprazíveis.
3. Uma imperiosa necessidade de obedecer e agradar a Deus numa vida íntegra, ética e comprometida com a verdade. A santificação mexe com a nossa escala de valores. Deixamos de nos orientar pelo “todo mundo faz” e mudamos para “o que o Senhor quer que eu faça”. Passamos então a observar, sem mania de perfeccionismo, o sinal vermelho, não parar em fila dupla, pagar em dia as contas, não sonegar imposto, não inventar atestados médicos para ausentar-se sem motivo real do trabalho, passar o cartão no horário, não fraudar concursos, não colar na prova e etc.
6. Em último lugar, a santificação impõe-nos um senso de indignidade, dependência, impureza e pecado que nos constrange à humildade. Uma sensação que nunca é o bastante, nunca satisfeitos com o estado atual de nossa vida espiritual. Mas a santificação verdadeira também é equilibrada e saudável e joga para longe todo masoquismo, todo medo paralisante e todo escrúpulo doentio e perfeccionista. A santificação é na verdade experimentar a liberdade dos filhos de Deus em amor.
Reverendo Luiz Fernando
Pastor da Igreja Presbiteriana Central de Itapira
Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.