“Perseverai na oração, vigilantes, com ação de graças...” (Cl 4.2 BJ).
Nesta segunda-feira temos mais uma semana mensal de oração em nossa igreja. Há muito tempo esses dias privilegiados e intensos de busca de comunhão com Deus, de intercessão e de súplica vem sendo subestimado e desvalorizado de maneira geral pela comunidade. Entretanto, sem vida de oração disciplinada, constante e fervorosa coisa alguma faz sentido e nada tem efeito pleno e verdadeiro na vida cristã.
Os grandes homens e as grandes mulheres da Bíblia são nossos melhores exemplos de oração, de seu poder e de seus efeitos. Alguns orantes da Bíblia merecem nossa atenção: Abraão que esperou contra toda a esperança e suportou por longos anos o tempo de Deus. Moisés o grande libertador de Israel que perseverou cheio de humildade mesmo em face de um povo de dura cerviz e soube aguentar o silêncio de Deus até que se fizesse a hora da sua vontade. Davi, o cantor orante de Israel que como ninguém soube traduzir em poesia e música as dores e as alegrias da alma tratada por Deus nos mais variados aspectos da vida: Pecado, misericórdia, restauração, vida, morte, amores, poder, fracasso...tudo foi contemplado na oração do piedoso rei de Israel. Há ainda Joquebede, Mírian, Ana, Débora, Ester, maravilhosos exemplos de uma existência vivida no ritmo do diálogo franco e aberto com o Senhor em súplicas, preces, ações de graças e etc.
Evidentemente que o Senhor Jesus Cristo é ele mesmo o maior e mais perfeito modelo de oração: Inicia o seu ministério público no contexto de retiro e oração sendo impelido para o deserto. Ora antes de escolher os seus discípulos. Ora antes de realizar curas e milagres. Ora para ressuscitar Lázaro. Ora buscando livramento e consolo. Ora no alto da cruz.
Os santos apóstolos do Cordeiro também são exemplos notórios de oração: Pedro e João na prisão e na casa de João Marcos. Paulo nas muitas vigílias e intercedendo e agradecendo pelas igrejas que plantou e pastoreou. Ananias, Barnabé e os demais irmãos de Antioquia. E o que dizer do proto-mártir da Igreja, Estevão, na hora de sua morte?
A história bimilenar da Igreja é uma história fundada na oração: desde os pais do deserto, ás comunidade monásticas primitivas, os pais da Igreja, dentre eles se destacam como homens e mulheres de oração: Policarpo, Inácio, Lourenço, Melania, Eustóquia, Macrina, Cipriano, Mônica, Felicidade, Gregório e Basílio, Agostinho e Crisóstomo e tantos outros. Sustentaram a Igreja em tempos difíceis de perseguição e confusão doutrinária e heresias, sempre apegados às Escrituras e a uma vida de combate pela oração.
Também os ventos da Reforma protestante do século XVI foram impulsionados por comunidades inteiras que se dedicavam à oração ininterrupta e intensa pedindo renovo de vida e uma poderosa visitação do Espírito Santo. O movimento missionário dos Morávios e o movimento missionário moderno foram impulsionados e sustentados, não sem sacrifícios, por grupos e reuniões de orações quase que perenes. Nenhuma ação de sucesso no cristianismo jamais foi realizada sem a precedência da oração. À oração segue a ação!
Mas, mesmo que ignorássemos em parte o testemunho das Escrituras e o testemunho da história, em nossa própria vida já experimentamos a força, a bênção e os resultados da oração, nossa ou de alguém por nós. É quase impossível encontrar em nosso meio quem não tenha uma história de oração para contar: um livramento, uma cura, uma libertação, uma restauração, um conforto, uma força da graça para vencer a tribulação... Então, por isso mesmo somos os primeiros termos os maiores motivos para nunca esmorecer, para não desvalorizar, para não faltar à semana e às reuniões de oração.
Não há entre nós e não há quem conheçamos que não precise dos preciosos e indispensáveis auxílios de Deus e de suas boas dádivas, que estão à disposição daqueles que buscam, procuram, batem à porta pela oração confiante, cheia de fé, feita no nome, nos méritos e na autoridade do Senhor Jesus Cristo. Acorra pressuroso, venha com sede, procure com ânsias de amor e encontre pela oração as respostas para as demandas e o contentamento do seu coração. Faça da semana de oração um cenáculo para a sua vida.
Reverendo Luiz Fernando
Pastor Mestre da Igreja Presbiteriana Central de Itapira
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