Manifestantes e policiais entraram hoje (26) em confronto na Praça Syntagma, em Atenas, capital da Grécia. O protesto faz parte de um movimento de greve, organizado pelas principais entidades sindicais do país, que condenam o plano de contenção elaborado pelo governo para tentar vencer os impactos da crise econômica internacional. O movimento se estende também a outras cidades gregas.
Segundo relatos, um grupo de 50 jovens lançou coquetéis molotov contra policiais, que reagiram com bombas de gás lacrimogêneo e granadas. O movimento grevista diz que é uma paralisação geral e que atinge diferentes classes profissionais, como funcionários públicos, professores e também estudantes.
“Estamos aqui para lutar pelo nosso futuro”, disse Anastasia Teloni, 20 anos, estudante de direito. “A menos que aconteça alguma coisa muito especial vai ser difícil encontrar trabalho e ter uma vida respeitável.”
O funcionário público Ilias Loizos, 56 anos, disse que o clima é de catástrofe. “Há dois, três anos que vivemos uma catástrofe social incrível”, reagiu ele. “O meu salário foi reduzido à metade. Tenho dois filhos e amanhã não sei se vou ter emprego.”
A greve geral é a terceira deste ano, mas a primeira que ocorre com o novo governo. As autoridades gregas têm de promover cortes no valor global de 11,5 bilhões de euros para que os credores internacionais desbloqueiem mais uma prestação do empréstimo.
O pacote de medidas inclui aumento de impostos e deverá ser votado em outubro. A previsão é que os novos impostos atinjam, principalmente, os funcionários públicos, que nos últimos dois anos sofreram reduções de salário. A idade para a aposentadoria na Grécia deve ser elevada de 65 anos para 67 anos.
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