O engenheiro José Armando Mantuan, superintendente do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos), voltou a manifestar completo otimismo com relação a capacidade do ribeirão em suportar a escassez de água que vai se acentuando. Segundo cálculos do setor técnico da autarquia, no momento atual, a vazão da calha do ribeirão varia entre 900 a 1,2 mil litros por segundo.

Mantuan disse que com 360 litros por segundo a cidade não corre qualquer risco de contingenciamento no fornecimento de água. Indagado se não enxerga risco da atual vazão diminuir cerca de três vezes se não voltar a chover regularmente dentro de 90 dias, ele prefere uma abordagem diferente, ainda que demonstre preocupação com este tipo de hipótese. Na opinião dele, o que a atual estiagem deixa como lição é exatamente a imprevisibilidade do comportamento do clima. “Assim como não tem como imaginar se as chuvas voltarão no período normal, também é impossível afirmar que o ciclo de chuvas continuará o mesmo depois da estiagem. Poderemos ter chuvas dentro da normalidade que conhecemos, como também de repente o padrão normal pode não ser mais o mesmo. Por isso estamos acelerando o processo de construção da barragem. Nos últimos dias tenho reservado espaço enorme dentro de minha agenda priorizando esta questão”, avisou.

O SAAE já tem assegurado recursos do Ministério das Cidades na ordem de R$ 17 milhões para a construção da represa. Ele vem acompanhando cada etapa de todos os procedimentos, como a revisão do plano básico, arremate do projeto executivo, preparar uma licitação de R$ 15 milhões, que certamente vai aguçar o apetite de grandes construtoras, acenando com um processo mais moroso do que o normal; lidar com os complicados trâmites de licenciamento, consultas populares e depois de tudo isso solucionado, a construção propriamente dita. Mantuan tem consciência de que é serviço para além da atual administração e projeta que o futuro prefeito, seja ele quem for, terá uma situação melhor do que a que o prefeito José Natalino Paganini (PSDB) encontrou.