O Ministério da Saúde considera a alimentação escolar como a principal refeição do dia, por isso, ela deve seguir o padrão imposto pelo PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), vinculado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Além dos esforços para reduzir o quadro de desnutrição, o MS está preocupado com a crescente incidência de casos de obesidade infantil, decorrente, em grande parte, da mudança de hábitos alimentares dos jovens em direção ao consumo diário das chamadas fast-foods e dos produtos vendidos em cantinas escolares, tais como refrigerantes, salgadinhos e frituras.
Diante dessa realidade, o Ministério da Saúde considera que uma alimentação escolar de qualidade é um instrumento fundamental para a recuperação de hábitos alimentares saudáveis, sobretudo, para a promoção da segurança alimentar das crianças e jovens do Brasil e entende que promover alimentação de qualidade é trabalhar por uma melhor educação pública no país, porque bons níveis educacionais também são resultados de alunos bem alimentados e aptos a desenvolver todo seu potencial de aprendizagem.
A nutricionista itapirense Aleandra Marcatti, que atua na área de alimentação escolar no município desde 2010, rechaçou com veemência aos ataques oposicionistas de que a merenda escolar do município tenha sofrido qualquer alteração desde que o sistema terceirizado foi implantado. “Se há comparações, podemos dizer que houve melhoria, fizemos adequações qualitativas no cardápio, passamos a realizar treinamentos com maior frequência e institucionalizamos as orientações aos alunos e aos familiares em relação à alimentação saudável. Hoje estamos servindo, em média, 20 mil refeições por dia.”.
Aleandra informou que o município segue rigorosamente as determinações do PNAE que fiscaliza mensalmente não só a execução do cardápio, que deve ser diversificado, como as quantidades de sódio e açúcar empregadas e a presença de vitaminas e proteínas necessárias. Além disso, são utilizadas as técnicas de manipulação de segurança alimentar, cuja fiscalização é feita pela Vigilância Sanitária. “Sempre que é constatada qualquer irregularidade, somos notificados. Até a presente data não existe nenhuma notificação desabonadora. Isso significa que estamos cumprindo as normas integralmente.”
Quanto a questionamentos sobre o cardápio, todos são originados nos adultos, pais e os professores que se alimentam através da merenda. A maioria dessas sugestões é rejeitada por não atender as orientações do PNAE. São solicitações de alimentação para adultos e a nossa tarefa é fornecer alimentação adequada para as crianças e adolescentes. “Quando recebemos sugestões não descabidas e que atendem as determinações oficiais, acolhemos dentro das possibilidades operacionais do sistema.”
Alendra, disse ainda, que a grande preocupação do país e do município é o sobrepeso infantil associado a fatores como o sedentarismo e alimentação inadequada fora da escola, em que a preferência das famílias e das próprias crianças é o consumo de produtos industrializados, que do ponto de vista econômico, muitas vezes são mais baratos. Por exemplo, o suco de laranja sai mais caro que um refrigerante. Graças às campanhas internas junto aos alunos e aos pais nas reuniões, poucas crianças levam a merenda de casa, e as que levam quase sempre é de alta incidência calórica, rica em gordura, açúcar e sódio, além dos conservantes. “Os índices de sobrepeso em Itapira estão dentro da média paulista e brasileira. Todos preocupantes. Não daremos trégua enquanto eles não diminuírem.”
Para finalizar, Aleandra Marcatti pede que todos os setores da sociedade itapirense se empenhem no desenvolvimento de hábitos saudáveis, tanto na atividade física como na alimentação e sugere que a oposição conheça mais os procedimentos que envolvem a alimentação escolar do município, antes de levar desinformação e confundir a opinião pública, e que não se use a merenda escolar como bode expiatório das suas aspirações políticas. A merenda escolar deve ser tratada com a máxima seriedade, sempre.