As superbactérias são causadoras de doenças patogênicas resistentes a muitos antibióticos, principalmente aos mais tradicionais. Grande parte destas superbactérias surgiu em função do uso de antibióticos de forma incorreta, indiscriminada ou sem prescrição e acompanhamento de um médico. Com o passar do tempo, as bactérias resistentes – graças as mutações genéticas- foram sendo selecionadas, sendo esse um exemplo clássico da teoria Neodarwinista. Isso acontece, pois muitas pessoas interrompem o tratamento antes do prescrito pelo médico. Nestes casos, as bactérias não são totalmente eliminadas e algumas têm resistência ao medicamento. O uso indiscriminado de remédios sem prescrição médica é um problema para a população. E o pior é que essa ação incorreta pode prejudicar ainda mais a saúde do doente.
Os hospitais, principalmente os centros cirúrgicos, são os locais mais comuns onde estas superbactérias se desenvolvem. Isso ocorre em função de uma conjugação de fatores. Os pacientes costumam estar com o organismo debilitado. Caso o processo cirúrgico não siga com rigor os procedimentos de higienização e desinfecção de instrumentos cirúrgicos ou até mesmo os cirurgiões ou integrantes de sua equipe estejam com as mãos contaminadas, pode haver a entrada e rápido desenvolvimento destas superbactérias nos pacientes. O contágio é feito através do contato com secreções de um paciente infectado.
E se nada é feito, o hospital torna-se o ambiente favorável para a disseminação delas para outras pessoas. Ao entrar em um organismo debilitado ou até mesmo de crianças ou idosos, estas superbactérias podem levar o indivíduo infectado à morte. Elas costumam se reproduzir rapidamente, prejudicando o funcionamento de um ou mais órgãos do corpo. Os sintomas dependem do órgão acometido: infecções respiratórias, como pneumonia, tosse, febre e falta de ar. As infecções urinárias podem causar dificuldades e ardor ao urinar, além de febre. Os antibióticos tradicionais não são capazes de tratar adequadamente, por isso às vezes utilizam-se medicamentos que não são tradicionalmente empregados em infecções graves, ou mesmo a combinação de antibióticos, para tentar debelar a infecção, com resultados variáveis.
Um exemplo dessas superbactérias foi descoberto em 2000, identificada pela primeira vez nos Estados Unidos a bactéria KPC (Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase), que depois de ter sofrido uma mutação genética adquiriu resistência a múltiplos antibióticos (especialmente aos carbapenêmicos) A KPC é atual vilã dos hospitais no Brasil, a Anvisa registrou quase 10 mil casos em 2012.
Para combatê-las é necessário algumas medidas simples: as superbactérias possuem facilidade de adesão a superfícies, consequentemente, a higienização é o único meio eficaz de erradicá-las. Lave as mãos com frequência, especialmente antes e depois de entrar em contato com pessoas doentes, só tome antibióticos se forem prescritos sob orientação médica, saiba que a maioria das infecções respiratórias não é causada por bactérias, mas, sim, por vírus sobre os quais os antibióticos não exercem nenhum efeito (então, ao sentir sintomas de gripe não se automedique), higienize as mãos com álcool gel, sempre que possível, procure reduzir ao mínimo necessário as visitas e consultas nos hospitais.
Milton Antonio Leitão – É Farmacêutico-Bioquímico - CRF 11972 – Farmácia Formula Athiva Mil.