Oficialmente denominada de Primeiro Movimento de Arte Moderno de Itapira,  a mostra levada a cabo no sábado passado, primeiro  cultural  dos mais cocorridos neste ano de 2013. Passaram pelo prédio do antigo clube XV de Novembro, atual sede do círcolo Ítalo-Braziliano, cerca de 200 pessoas entre expositores, familiares e  um público muito interessado. O evento reuniu cerca de 25 artistas locais que mostram seu trabalho em várias vertentes artísticas como teatro, dança, música, pintura, escultura e fotografia.

 

A abertura oficial ocorreu às 21h15, quando a artista plástica Olga Maria  Serra, a Doda, principal mentora  deste projeto, deu boas vindas às pessoas presentes, tendo ao  lado o presidente  do Círcolo , Valter Riccilucca, o diretor-tesoureiro  Belarmino Peres e o artista plástico Flávio Camargo. Valter e Belarmino discursaram reiterando a tradição da comunidade italiana local em apoiar iniciativas de fomento à arte.

 

Segundo Doda Serra, a direção do Círcolo teria oferecido um espaço dentro da sede da entidade para que seja montado uma agenda cultural voltada para o ensino de atividades artísticas e exposições pontuais.  Doda imagina tirar  do papel um projeto para ensinar xilogravura para iniciantes. Xilogravura é a técnica de gravura na qual se utiliza madeira como matriz e possibilita a reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte.

 

Depois da abertura houve a apresentação  de uma intervenção teatral a cargo de Alexandre Cezaretto , Zuleika Silva e  Cleuza Monezzi, que evocaram a participação de três modernistas da Semana de Arte Moderna de 1922; Menotti Del Pichia, Anita Malfaltti e Guiomar Novaes, criando um paralelo entre o evento que introduziu o modernismo no Brasil e a a iniciativa dos artistas locais.

 

Por toda a exposição revezavam-se  o público e os artistas. Alguns mais introvertidos olhavam tudo à distância. Outros faziam o papel de anfitriões, como foi o caso da escultora Cornélia Herr. Ela mostrava com orgulho um trabalho seu, Adão e Eva Fora do Paraíso,   concebido segundo sua inspiração em meio corpo, confeccionados com porcas e parafusos soldados um a um. Na parede gravuras da artista mostravam um pouco de sua cruzada contra a erradicação das estradas de ferro em nosso país. “Estou imensamente feliz. Um evento extraordinário que merece ser continuado”, falou.

 

Outro que estava muito feliz com o resultado da mostra, apesar de figurar entre os convidados era  Flávio Camargo, um paulistano que se mudou com a família para Itapira quando tinha 04 anos  e que há 20 está radicado em Piracicaba. Artista Plástico, professor de  arte e modernista assumido, Camargo acha que a iniciativa merece apoio também do poder público municipal para que tenha espaço na agenda cultural do município, lembrando que em Piracicaba, com este tipo de sinergia, realiza-se todos os anos, há 45 anos, a seu famoso Salão de Arte Contemporânea.

 

 

Espécie de fecho com chave de ouro do evento  foi a apresentação do Projeto Proponha, a cargo do grupo Esprodança, sob ‘batuta’ do coreógrafo Caio Fábio. A performance, “com muitas pitadas de modernismo” na versão de Alexandre Carbas, diretor da companhia, teve participação do próprio coreógrafo e das bailarinas Cecília Frucchi e Karoline Pedroso.

 

Caio Fábio contou depois que se trata de um trabalho gestado ainda quando frequentava faculdade de arte em Curitiba, sua cidade de origem. Conforme seu relato  ele vivenciou espécie de miragem onde   focou sua visão “nos trabalhos dos pincéis que estava colorindo aquelas telas nos cavaletes onde os artistas coreograficamente movimentavam seus pinceis espalhando a tinta com um propósito, já de imediato a dança tomou conta da imaginação e os pinceis viraram bailarinos vestidos de branco e a tela passou da posição vetorial e se torna horizontal, e a ideia foi ser fortificando na imaginação saindo da mente e indo para o papel”.

 

 

 

 

Olga Serra recebeu amigos e familiares na apresentação de seu trabalho

 

Intervenção Teatral foi a surpresa na abertura oficial

 

Belarmino Peres ( direita) se dirigindo ao público ao lado de Valter Ricilucca e Doda Serra

 

Cornélia Herr ao lado de sua criação 

 

Flávio Carmargo veio de Piracicaba para dar a maior força