Carregando aguarde...
Itapira, 16 de Mar�o de 2025
Notícia
17/02/2015 | Na Bahia, cordeiros reclamam de condições precárias de trabalho

banner_carnaval2015

O carnaval de Salvador é marcado por blocos com trios elétricos nas ruas comandados por grandes estrelas do axé. Mas uma figura que pouco aparece na folia também tem importância na festa: o cordeiro ? responsável por segurar a corda nos blocos para separar quem pagou do restante dos foliões, a chamada pipoca. Mas, apesar do clima de festa do carnaval, a categoria reclama das precárias condições de trabalho, da falta de reconhecimento e da insegurança.

É o que conta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros do Estado da Bahia, Matias Santos. Ele diz que só na capital baiana são cerca de 50 mil profissionais que estão expostos a brigas e a agressões de quem quer entrar na corda. Segundo ele, alguns foliões chegam a jogar cerveja e água nos trabalhadores. Santos destaca que a diária média recebida por um cordeiro é R$ 46, incluindo vale-transporte. O tempo à disposição do bloco pode chegar a 12 horas por dia. Para melhorar as condições de trabalho, ele defende a assinatura de um contrato formal entre o trabalhador e os empresários.

?Nós lutamos por um contrato de trabalho, queremos que o cordeiro seja reconhecido como trabalhador. Esse profissional tem importância para o carnaval assim como Ivete Sangalo, Bell Marques, como os blocos e as grandes cervejarias. Ele faz parte do carnaval. É ele que é o atrativo para o turismo, já que muita gente vem para Salvador porque os blocos aqui tem cordas?, destaca ele.

Desde 2006, o Ministério Público do Trabalho na Bahia assina um termo de compromisso com o sindicato, os blocos carnavalescos e a Superintendência Regional do Trabalho. Entre os compromissos assumidos pelos empresários, estão a garantia de lanches, protetores auriculares, luvas, camisetas de identificação, filtro solar e seguro coletivo contra acidentes.

A procuradora do Trabalho Andréa Freitas afirma que a primeira cláusula do termo este ano prevê que os blocos assinem os contratos individuais. ?O bloco se obriga a celebrar um contrato por escrito de forma individual com todos os trabalhadores que atuam na atividade de cordeiro. Além disso, esses documentos devem ficar à disposição da fiscalização do Ministério do Trabalho por um período não inferior a dois anos.?

Ela explica ainda que o termo de compromisso deste ano determina que os empresários ofereçam curso de capacitação para 5 mil cordeiros até o carnaval de 2017.

O professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Paulo Miguez, especialista em carnaval, explica que, antes da década de 80, o cordeiro era folião do bloco e voluntário. A partir dos anos 80, surge o profissional que segura a corda para organizar o carnaval.

Atualmente, o cordeiro faz parte do comércio carnavalesco. ?Como se criou o produto bloco, esse produto é embalado com algumas características: a privatização do espaço para você circular ali à vontade, a estrela ? se paga pela possibilidade de dançar atrás do trio onde tem uma estrela ?, e o folião paga pela segurança. Para garantir a segurança, inventaram a figura do cordeiro.?

Editor Lílian Beraldo

http://agenciabrasil.ebc.com.br/cultura/noticia/2015-02/cordeiros-reclamam-de-condicoes-precarias-de-trabalho

Fonte: Agência Brasil

Comentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.

Veja Também
Deixe seu Comentário
(não ficará visível no site)
* Máx 250 caracteres

* Todos os campos são de preenchimento obrigatório

610 visitantes online
O Canal de Vídeo do Portal Cidade de Itapira

Classificados
2005-2025 | Portal Cidade de Itapira
® Todos os direitos reservados
É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo deste portal sem prévia autorização.
Desenvolvido e mantido por: Softvideo produções