Conheço um monte de gente que tem ojeriza quando o assunto política entra ou passa por perto da conversa ou da leitura. Usam como argumento de defesa os maus exemplos constantes. Para essas pessoas, a atividade política é coisa suja e quem se mete com ela só o faz por interesses escusos e coisa e tal. Considerando que atividade política é necessária para a manutenção e evolução das sociedades organizadas, seguramente, esse suposto afastamento, essa negação e esse desconforto são tão ou mais nefastos do que as diabruras politicas cotidianas.
Condena-se a atividade política como se ela fosse a responsável por todos os malfeitos. Condenação esta que pode ser caracterizada como deturpação conceitual. Condenável, não é a atividade política, mas os responsáveis pela condução dela. É como condenar a atividade médica pelos erros e os péssimos atendimentos oferecidos aos usuários do SUS ou dos planos de saúde mais conhecidos. Ampliando o raciocínio, estariam nas mesmas condições: as atividades jurídicas, empresariais, prestadoras de serviços... Confirma-se o velho chavão: em todas as atividades humanas existem os bons e os maus elementos. Na perspicácia popular, a atividade política, os maus são predominantes. É bem capaz! Mas tem um detalhe desconcertante: dentre todas elas, a única atividade abastecida por nós é a política. Felizmente, ninguém chega lá sem o crivo popular.
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