A Sociedade Esportiva Itapirense jogou na manhã de sábado, em Capivari, a sorte para continuar na série A2. O Capivariano já estava classificado para a série A1. Vencendo, carimbaria a participação na Copa do Brasil de 2015, sem depender de ninguém.
As chances de a Esportiva continuar na A2 eram remotas. Ela não dependia das próprias pernas. Dependia da combinação de resultados em caso de vitória e poderia se safar até com um empate. Poucos do mundo do futebol itapirense acreditavam nesse milagre.
Pergunto-vos, então, será que esse milagre seria bem-vindo? Da minha parte, acho que não. Não temos uma torcida envolvida. Nos jogos mandantes a média de público foi inferior a 700 pagantes num estádio que cabia 15 mil. Tampouco consegue reunir sócio torcedor que refrigere o caixa do clube. Não temos empresas com bala na agulha que sustente uma estrutura razoavelmente competitiva. O principal patrocinador do Capivariano, por exemplo, lá está há vinte anos. Por aqui, até agora, não apareceu nenhum agente sério disposto a investir na nossa vermelhinha. E daí?
Quando em 1969, eu com quatorze anos de idade e mais alguns amigos fomos para a cidade de Mogi-Guaçu para assistir ao jogo, cujo empate levou o time itapirense ao título da quarta divisão e o fez subir para a terceirona (que nós acabamos não disputando), não lá estávamos torcendo apenas para um time de futebol que levava o nome da nossa cidade. Era um time que nos representava de fato. Um time que mantinha em seu plantel a maioria de jogadores itapirenses. O que prevaleceu?
É inegável! A história conta. Fala da capacidade que Itapira sempre teve na produção de craques. Até os que não alçaram voos maiores, são respeitados, idolatrados, relembrados e homenageados até hoje. Eu pergunto novamente, o que será dos futuros Arlindos, Buttis, Rosários ... quando tentarem relatar os times e seus jogadores que mais se destacaram neste início de século? A história do futebol se referencia quando os mais destacados jogam para o time da cidade. E olha que eles nem precisam conquistar grandes títulos. Basta dar alegria, mostrar raça e amor à camisa.
Acho que tá na hora de perder essa mania de grandeza, de dar o passo maior que a perna, de acreditar que o time se paga sozinho, sem dar despesas diretas e indiretas ao município.
Qual é a razão para não se montar um time com a prata da casa e alguns bons reforços do nosso entorno? Não se manter nem na A3? E daí? Será que vale a pena jogar um ou dois milhões de reais nesse sonho, deixando outros esportes ou mesmo a base do futebol à míngua? A quem interessa manter a Esportiva ativa, nos moldes dos últimos anos?
Que novas luzes recaiam sobre as cabeças da atual ou das futuras diretorias da SEI, principalmente agora que o tal milagre não aconteceu, para que o futuro não condene ninguém.
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