O momento era inoportuno. Muitos desconfiaram das intenções do presidente da câmara em apresentar um projeto que envolvesse cerca de três mil jovens, na faixa de 15 a 18 anos, num ano eleitoral, sendo o próprio, pré-candidato à prefeitura.
A diretora de ensino de Mogi-Mirim, por exemplo, diante da cisma, preferiu manter os alunos do ensino médio distantes de qualquer envolvimento político partidário neste ano. Entre o sim e o não, a diretora ficou com o risco menor. Mas não precisava...
Não resta dúvida de que apesar das propaladas boas intenções de Manoel Marques, não há como desconsiderar certo oportunismo nessa propositura. Afinal, com ela, o presidente da câmara levou seu nome à maioria das escolas de Itapira. Mas nem por isso a iniciativa perde valor...
O povo de Itapira não precisa ser tutelado, por ninguém. Não deve ser mais tratado como um “maria vai com as outras”, incapaz de decidir seu próprio destino. Os políticos, a todo instante, estão mais preocupados em dizer “em quem não se deve votar” ao invés do discurso “do porque que se deve votar em mim”. Troca-se o papel legítimo da proposta de poder pela doutrinação. Mal sabem que os eleitores itapirenses, além da rejeição à tutelagem, vê a democracia como único caminho.
Os jovens que tomaram posse do parlamento nesta quinta-feira deram a mais profunda demonstração de evolução política do nosso povo. Jovens que se posicionaram num patamar acima das previsões mais otimistas, de qualquer político itapirense. É um alento consistente para o futuro de nossa cidade. Arre égua!