Alguns empresários no país estão na contramão da chiadeira geral do baixo crescimento econômico que afeta a maioria dos segmentos de atividade do país. Seguramente, Paulo Stivalli e José Galdeano, da fábrica de ventiladores Qualitas, estão entre eles.
Stivalli fala em vendas pelo menos 30% superiores ao verão passado. E o principal fator para este desempenho não é segredo para ninguém: as temperaturas elevadas que têm sido registradas desde o final do ano passado, aliadas a um período de seca que não foi previsto por nenhum metereologista. “Sem dúvida o calor tem influenciado positivamente. Os ventiladores já têm um acréscimo nas vendas entre outubro e março que chega a atingir o dobro do faturamento dos meses de junho, julho e agosto. Este verão em particular, devido às temperaturas mais elevadas e à baixa umidade do ar, as vendas estão 30% maiores desde meados de novembro em relação ao mesmo período do ano anterior. Já no final de dezembro, o comércio apresentava falta de ventiladores domésticos, que não é o item principal da Qualitas, porque a concorrência é muito forte com Arno, Britânia, Faet, Mondial e Malory, além dos produtos chineses. Mesmo assim, nossos ventiladores de mesa em 127V acabaram no começo de janeiro e nós não temos como produzir mais para esse verão. Restam umas 800 pçs. em 220V que acredito, irão acabar até o final do mês!, explicou.
Apesar disso, diferentemente de outros colegas, Stivalli garante que a Qualitas não deu vexame em atrasar entrega para sua rede de revendedores.”Nos ventiladores comerciais de parede, coluna e teto, não tive, até agora, problemas de falta de aparelhos ou atrasos nas entregas porque é o nosso foco e nos estávamos preparados para o verão. Tínhamos um bom estoque e capacidade de produção para atender a demanda maior”, comentou. Com relação ao item mais popular de seu portfólio, a realidade, no entanto, foi outra conforme ele mesmo admitiu. “Quanto aos ventiladores de mesa, vendemos o que tínhamos e infelizmente não vamos conseguir aproveitar o resto do verão”, lamentou.
Tanta procura refletiu também na força de trabalho. A Qualitas, segundo Stivalli, contratou pelo menos 10 funcionários para a linha de produção desde o final do ano passado. Hoje conta com um total de 86 colaboradores, dos quais 70 deles empenhados na produção. E ainda foi preciso fazer um esforço adicional para dar conta da demanda. “A partir de fevereiro estamos operando com horas extras adicionais (20 horas semanais – três por dia de segunda a sexta mais cinco aos sábados) para poder suprir a demanda sem atrasos, uma vez que os estoques de ventiladores estão muito baixos”, elencou.
Na cidade desde 2000, Stivalli disse que só se lembra de um verão tão quente na virada de 96 para 97, quando também vendeu muito ventilador. O empresário faz questão ainda de informar que apesar dos bons ventos, literalmente falando, no segmento de ventilação e também de exaustão, a Qualitas segue firme com uma política de diversificação, para fugir da concorrência desleal que tem tirado muito de sua margem de lucro. “Este verão está sendo muito bom para a Qualitas, mas nós também estamos trabalhando bastante para ampliar nosso mercado para a área industrial e de infraestrutura (petróleo e gás, mineração, naval, usinas) que exigem equipamentos mais pesados, maiores e com maior exigência técnica. Acreditamos que isso ajudará a consolidar o crescimento projetado para esse ano”, finalizou.
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