Nesta semana o governador Geraldo Alckmin num gesto de bom senso, adiou por tempo indeterminado o reajuste das tarifas de pedágio previstas em contrato com as concessionárias que administram cerca de 6,5 mil quilômetros de rodovias em todo o Estado de São Paulo. Segundo aquilo que foi divulgado pelos principais órgãos de imprensa, o governador teria se entendido com as 19 empresas concessionárias acionando mecanismos de desoneração da prestação de serviços realizadas por estas empresas.
Aqui no caso da Praça de Pedágio de Mogi Mirim, administrada pela Intervias, os 6,2% de aumento elevariam a tarifa para R$ 6,40. Atualmente são cobrados R$ 6,00 cada passagem .
A notícia foi muito festejada por quem faz o trajeto diário para Mogi Mirim. A bancária Katusha Schimidt de Camargo se desloca diariamente para a vizinha cidade para trabalhar e comemorou a notícia. “ Uma notícia excelente, pois o impacto do pedágio nos custos de locomoção é muito significativo”, avalia. Contou ainda que seu irmão, André, engenheiro que a exemplo dela tem que se deslocar até Mogi Mirim para trabalhar, resolveu tirar carteira de habilitação para motos como paliativo para enfrentar o custo do pedágio.
A motocicleta tem sido o meio de transporte do contador José Roberto Pereira Lima para ir até Mogi Mirim trabalhar na multinacional italiana , Sacmi. Embora use deste expediente já há 16 anos - segundo ele porque prefere este meio de transporte - não nega que a economia é fator crucial para quem tem que enfrentar o trecho de aproximadamente 12 quilômetros. Ele advoga que o governo deveria adotar de vez o tal esquema ( “em estudo”) pelo qual o usuário paga somente pelo trecho percorrido. “ É injusto quem percorre um trecho tão curto pagar tarifa cheia”, avalia.
A engenheira agrônoma Mariana Ceratti, de 33 anos, natural aqui de Itapira e radicada em Indaiatuba reclama que a tal “tarifa ponto a ponto” que o governo vem testando na SP- 71 ( Rodovia Lix da Cunha, de 24 km de extensão) que utiliza diariamente, apresenta problemas. “ Aqui são todas cidades muito próximas umas das outras, com a existência de dezenas de condomínios residenciais ao longo da rodovia. Fica a maior confusão a gente saber se é vantajoso ou não ter o ponto a ponto, primeiro por falta de informação, e depois porque fica a impressão de que a cada deslocamento estamos sendo tarifados a todo instante”, relatou.
Revoltada, ela diz que não aguenta mais pagar pedágio. “ Percorro alguns
poucos quilômetros para ir até Campinas e deixo a cada passagem na cabine , R$ 10,50. Imagina só se tivesse que arcar com outro aumento? Só de combustível e pedágio deixo R$ 50,00 a cada deslocamento. Acho que esta falta de sensatez dos políticos em questões iguais a esta é que colocaram a população em pé de guerra. Antes do governador anunciar o cancelamento deste novo aumento tinha muita gente aqui em Indaiatuba se mobilizando para protestar . Perdeu-se a dimensão das coisas. Se preciso ir até Itapira visitar meus pais, somente de pedágio desembolso
quase R$ 60,00 para percorrer pouco mais de 100 quilômetros. Aonde isso vai parar?”, protestou.
Ônibus
A engenheira ambiental Ludmila Peruchi, que mora em Mogi Mirim e trabalha na Fábrica de Papel e Papelão Nossa Senhora daPenha S/A, comentou que depois de pelo menos dois anos vindo de carro, decidiu optar pelo ônibus. “O custo do pedágio me fez refletir e achei que usar o transporte coletiva era a melhor opção. Se fosse ter o aumento pretendido, aí mesmo que eu iria evitar a todo custo vir de carro pela rodovia (SP-147)”, argumentou.