Mesmo sem autorização do governo do presidente da Síria, Bashar Al Assad, para verificar a situação na região, os observadores da Comissão de Investigação de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) anunciarão segunda-feira (28) um relatório com os resultados das apurações feitas sobre o país. Os observadores ouviram depoimentos de pessoas que denunciam uma série de violações aos direitos humanos.
A comissão começou a tomar os depoimentos e a levantar os dados em 26 de setembro deste ano e concluiu nos últimos dias. O grupo de especialistas é formado pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, a norte-americana Karen Koning AbuZayd e o turco Yakin Erturk. Os três analisaram questões relativas aos campos de refugiados, ao direito humanitário e à violência contra as mulheres, entre outros temas.
De acordo com diplomatas que acompanham o assunto, a expectativa é que depois da divulgação do relatório seja convocada a terceira sessão especial da comissão, que deverá ocorrer ainda este ano. A comunidade internacional se preocupa com o agravamento da situação na Síria em decorrência das ações repressivas e da violência.
Na última terça-feira (22), a ONU aprovou uma resolução crítica à Síria, com o apoio do Brasil e de mais 120 países. A comunidade internacional cobra de Assad o fim da onda de violência no país, a abertura de negociações com os manifestantes e o cumprimento do direito internacional. A estimativa é que cerca de 3,7 mil morreram em cidades sírias desde março.
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