Dia desses eu estava no cartório, esperando para ser atendido quando uma pessoa me perguntou:
- Quanto você paga para o jornal publicar sua coluna?
- Nada! Respondi.
Então espantado ele retrucou:
- Então você ganha?
Respondi:
- Não.
- Também não ganha?
Achei que o diálogo não teria sentido de continuar, recolhi-me no meu silêncio, voltei o olhar para o cartorário e fiquei a pensar.
- Puxa! Como tem pessoas viciadas em achar que todas as relações necessariamente são mercantis, e você ganha, ou você perde.
Alguns dias após o ocorrido, me veio à cabeça “ um pensamento”.
- E daí Pádua?....Por que mesmo que você escreve essa coluna?
A resposta do meu “eu interior” para mim mesmo começou a se formatar lembrando que algumas vezes algumas pessoas comentaram comigo serem leitores desta coluna e interessante que entre tudo que já foi-me dito à esse respeito, uma frase foi comum entre todos os comentários:
“Me faz pensar”.
Bem! Entendo que pensar “sobre os rumos que estamos dando à nossa VIDA”, posto que é o único e verdadeiro patrimônio que “ainda possuímos, deva ser, tomar consciência do que verdadeiramente somos.
Lembrei-me do Oscar Neymeier que do alto de seus 102 anos disse: “ A vida é um sopro”. Entendi como “sopro” a brevidade e fragilidade que somos, mas lembrei-me de um Mitólogo que disse: “Somos um sopro divino”.
Consegui concluir em minha cabeça, o “porque” escrevo; Então....Por que? Talvez porque em nome desse divino que habita em mim, escrevendo encontro a minha felicidade.
Se somos seres racionais, o que nos distingue dos outros animais que agem somente por instinto, fazê-lo pensar sobre o que você talvez ainda não houvesse pensado, seja algo pelo qual faz a minha vida “valer a pena”, me faz sentir felicidade.
Mas e o que é a Felicidade?
Acho que é a meta de toda humanidade, então; A vida deve ter “gosto” de felicidade, afinal é isso que se espera dela.
É o “gosto” que você sente quando está vivendo um momento feliz o qual você gostaria que nunca acabasse.
Assim concluo que:
Causar a felicidade a alguém, mesmo que por um mísero segundo, é a única meta que de fato vale a pena ser perseguida.