“Vamos, não chores!
A infância está perdida
A mocidade está perdida
Mas a vida não se perdeu
O primeiro amor passou,
O segundo amor passou,
o terceiro amor passou,
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo,
Não tentaste qualquer viajem,
Não possuis casa, navio ou terra
Mas tens um cão......
Que imagem mais fiel de felicidade poderia haver?
Um cão é a ternura que nunca o abandonará.
Metáfora do amor incondicional, do olhar
que sempre perdoa, da presença que está sempre ali.
Perceber isto, eu acho, é ficar um
pouco mais sábio.”
Livro O retorno e Terno
Rubem Alves
Meu cão anterior, chamava-se Toby, nome escolhido por meus filhos, tinha dois grandes gostos: Passear de Jeep e fazer caminhadas.
O fiel amigo morreu de velho, olhando nos meus olhos, como de costume.
Passado o luto, arranjei outro, desta vez, eu quis exaltar as qualidades caninas que Toby possuía de “amor incondicional e a certeza que nunca me abandonará” por isso dei-lhe nome de gente, “Sancho Pança”, homenagem ao fiel companheiro de Dom Quixote.
Incrível mas, Sancho também adora passear de Jeep e fazer caminhadas com este “Quixote” e vejo nos olhos dele a incondicional amorosidade .
Sancho (assim como Toby) possui olhos de mãe.
Uma vez tendo perdido tempos atrás o meu melhor amigo, Coloçinho, ainda tenho o Sancho, assim como diz o Rubem:
Que imagem mais fiel de felicidade poderia haver?
O autor é Psicanalista e possui Especializações em: Mitologias (Cefas), Sonhos e Símbolos (SPAG), Ópera e Psicanálise (Unicamp), Transtornos Psicossomáticos (S.N.H), Neurociências e Psicanálise (Soc. Psicanalítica de Campinas), Atualmente especializa-se em: Psicoterapia Psicanalítica de Grupo (Hosp. XXII de Outubro).