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Depois dos vaivens dos nomes, finalmente, José Natalino Paganini entrou na configuração definitiva do quadro das pré-candidaturas a prefeito. O anúncio oficial, ainda não foi colocado. Deverá sê-lo, brevemente.
Não se pode dizer que a candidatura Paganini nasceu vitoriosa. Nenhuma nasce assim, a despeito do desejo dos candidatos. Mas ela poderá ser enquadrada como um marco na política itapirense. É público e notório que Barros Munhoz sempre teve a palavra final sobre o nome de quem representará o grupo nas campanhas eleitorais. Tal procedimento, apesar da costumeira exploração contaminada, é praticado por todos os partidos, em todas as situações e lugares. Jamais o líder de um grupo político é desconsiderado nessas definições. Quando isso acontece, no mínimo, parte-se para uma campanha dividida.
Não há como não registrar, entretanto, os ventos que atestam que Munhoz indicava seus candidatos da forma como bem entendia, sem atentar às opiniões dos colaboradores mais próximos. Até onde é verdadeira essa informação, poucos sabem.
O fato é que este ano, aparentemente, novas trilhas foram usadas. Os principais apoiadores manifestavam abertamente propostas diferenciadas. Uns queriam o próprio Munhoz. Outros insistiam em Kaka, pelo elo. Alguns viam em Sandro Pio a imagem e semelhança ao deputado. Parte arriscava o pelo em nome de Paganini, entre eles, Barros Munhoz.
Começa, nesse ponto, o lado mais interessante dessa história. As restrições a Paganini, dentro do grupo, eram baseadas no tom conciliatório e na aproximação excessiva que ele manteve, desde o início, com o grupo situacionista. Realizou atividades conjuntas, participava de cerimônias, ao lado de todos, sem pestanejo. Para esse grupo, Paganini não representaria o âmago oposicionista, nem ofereceria, caso vencesse, a vitória às dolorosas derrotas de 2004 e 2008. Felizmente, tal tese não prevaleceu. E o grande responsável pela indicação de Paganini: Totonho Munhoz.
Não faz muito tempo, ao observar, neste espaço, o processo de evolução política pelo qual passava Barros Munhoz, ouvi contraditórios - inclusive de totonhistas históricos - que atribuíam ao deputado a condição da imutabilidade. E reforçavam: mais cedo ou mais tarde, os fatos mostrarão os seus erros de avaliação. “Pode ser!” Era o máximo que eu poderia responder. Fatos sucessórios, contudo, vem sustentando a tese: “Munhoz, por conta do tempo e dos acontecimentos desejáveis e inesperados, mostra inegável evolução. Reavaliou seus exageros. Incorporou postura estadista. Dominou as técnicas de conciliação e aprendeu a conviver com a adversidade de pensamento. A tendência pela escolha do mestre segue nessa linha.
O perfil de Paganini pode ser corroborado pela luta que ele empreendeu para manter o Senac em nossa cidade, chamando o prefeito a se posicionar, sem tirar-lhe o papel que ele desempenhava. Outro exemplo? Zona Azul. Que apesar de ter sido alijado das tratativas derradeiras, continuou auxiliando a instalação do sistema. Fosse ele não preocupado com o bem comum, certamente teria aproveitado as queixas da população para tripudiar sobre as iniciativas erradas e o encastelamento decisório. Agiu dentro do chamado estado de direito. Usou apenas os recursos democráticos. Sempre enalteceu o trabalho dos seus colaboradores e dividiu com a diretoria da ACEI os louros das boas conquistas. Mostrando noção de liderança e trabalho em equipe.
Por conseguinte, Munhoz não escolheu Paganini como se tirasse uma carta da manga do colete. Buscou um nome, talvez o único, que poderá unir Itapira, acabando de vez com a dicotomia: “contra ou a favor de Totonho”. Sem contudo aniquilar o sentimento oposicionista que oxigena a democracia.
A candidatura de Paganini nasce, pois, sob a égide da união. A melhor notícia para Itapira nos últimos vinte e nove anos.
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Itapira, 25 de Novembro de 2024
26/11/2011 | Paganini. Eis o cara!
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