Após assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, em cerimônia hoje (2), no Palácio do Planalto, o novo ministro Pepe Vargas prometeu cumprir a missão de representar o governo nas relações com o Congresso Nacional. Ele substitui Ricardo Berzoini na pasta responsável pela articulação do Executivo com o Legislativo. Em seu discurso, Vargas ressaltou a importância de trabalhar para uma coalizão entre os partidos que dão sustentação ao governo, sem esquecer o diálogo ?fundamental? com a oposição.
Depois da cerimônia, em entrevista a jornalistas, Vargas comentou sobre a possibilidade de criação de uma nova comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre as denúncias da Petrobras. Segundo ele, as CPIs não têm o mesmo papel que tiveram no passado, quando havia revelações em depoimentos, já que atualmente o depoente pode se manter calado durante toda a audiência.
?Não vejo necessidade de uma CPI para ter eficiência no combate à corrupção. Acho que o Ministério Público [MP], a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal [PF] estão dando demonstrações claras de combate à corrupção. Então não vejo necessidade de CPI para fazer investigação de corrupção?, declarou, exemplificando que, este ano, os trabalhos do MP e da PF já haviam conferido mais ?agilidade? ao processo.
Deixando a pasta que ocupa no Palácio do Planalto para chefiar o Ministério das Comunicações, Berzoini se disse consciente de que a articulação política não é uma exclusividade da SRI, e que todos os integrantes do governo têm a obrigação de dialogar com o Legislativo.
?Não tenho a ilusão de que a gente vá conseguir 100% de sucesso em tudo. Sempre a gente tem que trabalhar com a possibilidade do contraditório, de que a gente pode trabalhar um processo harmonioso, mas também com diferenças?, avaliou Pepe Vargas, sobre o contato com o Congresso.
Após defender o aprofundamento da participação social na democracia representativa, papel que atribuiu também ao próprio Congresso, o ministro lembrou da reforma política como ?grande compromisso? do governo.
?Ainda temos que discutir dentro do governo, com o Congresso, e tentar estabelecer um acordo para votar, se não uma reforma política ideal, uma reforma política em cima de alguns pontos mínimos e que permita uma mudança no sistema político brasileiro?, declarou, dizendo-se favorável à participação da sociedade, independentemente do formato (se referendo ou plebiscito).
Pepe Vargas disse ainda que não conversou com a presidenta Dilma Rousseff sobre a eleição para a presidência da Câmara em fevereiro, mas que os três candidatos merecem respeito e são ?fortíssimos?, e o governo quer uma Mesa Diretora ?plural? que trabalhe dentro dos princípios da independência e harmonia. Os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Júlio Delgado (PSB-MG) concorrem ao cargo.
Editor Aécio Amadohttp://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-01/pepe-vargas-diz-que-cpi-nao-e-o-instrumento-mais-eficaz-para-combaterComentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.