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Itapira, 26 de Novembro de 2024
Notícia
24/09/2014 | Pioneiro da locução, Heraldo Peres lembra com saudosismo dos primórdios da Rádio Clube
 
No dia 25 deste mês será comemorado em todo o Brasil o Dia do Rádio. Em Itapira e porque não dizer, em toda a região, a passagem da data remete ao pioneirismo da Rádio Clube, que iniciou suas transmissões oficialmente no dia 27 de fevereiro de 1.950. Daquele período inicial da então incipiente emissora, cujo primeiro local de transmissão era a Usina Nossa Senhora Aparecida, resta apenas o testemunho do empresário Heraldo Peres, 84 anos.
 
Pouca gente sabe, mas Heraldo Peres foi locutor e dos bons. Ao lado de Dácio Clemente, falecido em novembro de 2007, integrou o primeiro time de locutores da Clube, ainda que por pouco tempo, nos dois primeiros anos de funcionamento da emissora. Ele conta que foi conduzido à função de locutor por um mestre desta arte, o saudoso Herval Peres Braga, que era seu primo. Segundorelembrou, o primo tinha um serviço de alto falantes na Praça Bernardino de Campos e o colocou para fazer a locução. “Era muito divertido. A gente anunciava diversos produtos, fazia prestação de serviço e o que mais atraia a atenção das pessoas eram os recadinhos dos moços para as moças e vice-versa”, diverte-se.
 
Com a inauguração da emissora foi convidado para realizar um programa, fundamentalmente tocar músicas, que, naquele período, equivalia ao único meio de lazer da grande maioria das pessoas. Os equipamentos eram , obviamente, arcaicos. Os discos eram de vinil e giravam a princípio em 78 rotações, mais tarde mudando para 33 rotações devido ao peso dos bolachões, como eram conhecidos. “Pelo fato do estúdio ser na Usina, o Virgolino vinha muitas vezes me visitar e me pedia que tocasse tango. Ela gostava tanto de tango que tinha em sua casa uma valiosa coleção do gênero”, detalhou.
 
Outro detalhe revelado por Heraldo Peres é que ser locutor de rádio naquele período significava ser alçado à condição de celebridade. “Era como ser ator da Globo nos dias de hoje” comparou. Disse que as pessoas o paravam nas ruas para cumprimenta-lo, inclusive as moças. A esposa Cevandyra Peres, garantiu que o início do namoro nada teve a ver com a fama do futuro esposo, apesar de admitir que o ouvia na rádio. “Nos conhecemos depois que ele foi trabalhar na Escola de Comércio”, entregou.
 
Bairral

Depois de se formar no curso normal da Escola Estadual Elvira Santos de Oliveira, Peres foi trabalhar no Instituto Américo Bairral, onde cuidava da programação festiva dos pacientes e desta forma deixou a Rádio Clube. “Entre outros afazeres, no Bairral eu animava as festas, que tinham até conjunto musical”, lembrou. Depois foi aprimorando seu estudos e acumulando novas experiências profissionais e aos poucos foi deixando os microfones de lado. Heraldo diz que ficou imensamente feliz em poder desempoeirar da memória uma passagem que diz estar guardada com muito carinho. “Foi algo que durou pouco, mas que me deixou uma experiência de vida muito gratificante”, concluiu. 

 

Do outro lado do aquário

 
HUMBERTO BUTTI 
 
Apesar de algumas emissoras de rádio, principalmente as que operam em FM (Frequência Modulada), adotarem o sistema que utiliza o locutor com dupla função, a figura do operador de som é de extrema importância. É dele a função de dar ao locutor a tranquilidade necessária para que a comunicação com o ouvinte seja a melhor possível.
Quem ouve um programa radiofônico, seja musical ou noticioso, nem sempre se dá conta da presença de um operador do outro lado do aquário, como se diz na gíria do rádio. Do papel desempenhado por esse profissional depende toda a programação que gira em torno de quem está a frente do microfone.
 
Se não houver uma sintonia entre locutor e operador, não há talento que resista. Com um simples olhar ou um sinal, a comunicação entre ambos é estabelecida e a programação chega aos ouvidos de quem está com o rádio ligado sem atropelos.
 
Uma das figuras mais tradicionais no meio da comunicação está há quase 40 anos do lado de fora do aquário. Jorge Luiz Bonaldo, mogimiriano de nascimento e itapirense de corpo e alma, aportou na Rádio Clube no final de 74 e permanece até hoje dando suporte para os mais variados comunicadores.
 
Em seu currículo profissional ostenta uma extensa lista de comunicadores da região. Nomes como Alair Bellini, Moacyr Lopes de Almeida, Carlos Botelho, Luiz Gonzaga Boni, Dácio Clemente e Luiz Antonio da Fonseca, que ele trata como o professor Toy Fonseca, tiveram nele o suporte necessário para a boa comunicação.
 
 
Bonaldo, ou Cebolinha da Clube, como é conhecido, já viveu as diversas fases da emissora e, prestes a completar quatro décadas de trabalho, se adaptou a todas as mudanças que a tecnologia proporciona. “Já montei muitas propagandas para um aparelho chamado Top Master”, lembra. “Era uma propaganda por cartucho, ao contrário de hoje, quando as propagandas são montadas em bloco e vão ao ar através do computador”.
 
E essa tecnologia não apaga da memória do operador os bons tempos dos toca discos. “Era disco que enroscava de repente e o jeito era improvisar”, recorda.
 
A figura do operador de som não se resume apenas em subir ou abaixar o som da música ou abrir o microfone para o locutor. Jorge Bonaldo é o responsável por pinçar as principais notícias em jornais para que possam ser transmitidas através do Jornal da Clube. “É o famoso gilete press, pois é como se as notícias fossem recortadas para serem lidas”, explica.
Bonaldo sempre atuou nas transmissões externas. Era Carnaval, a Clube estava presente? Jorginho Bonaldo estava lá.
 
Eleições? Sua presença na mesa era fundamental, não apenas para colocar no ar quem estava no estúdio ou no local da apuração, mas principalmente na batalha por informações de outras cidades. “A apuração começava às oito da manhã, mas o trabalho começava bem antes e só acabava depois da apuração, que hoje é rápida por causa da tecnologia, mas em outras épocas muitas vezes atravessava a madrugada”, lembra.
 
Outros grandes trabalhos externos também constam de seu currículo, como Festa do 13 de Maio, Ginkana 30 Dia, Festa do Peão e Romaria. Em 84, por exemplo, quando a eleição das Diretas Já ocorreu, montou um estúdio na parte inferior da praça Bernardino de Campos, onde sabia que ocorreria a concentração de políticos.
 
Ciente da importância da figura do operador de som, Bonaldo faz questão de mencionar os companheiros de profissão que hoje desempenham a função na emissora. “Além de mim tem o Djavan, o Chico Carlos, o Maguila que atua como folguista e o Odair Sérgio, que faz técnica e locução no início do dia, das quatro e meia da manhã até as oito”, relata
Fonte: Da Redação do PCI

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