O policial militar João Dias Ferreira pediu o adiamento do depoimento que deveria ter prestado à Polícia Federal (PF) esta manhã. Segundo a Superintendência da PF em Brasília, o advogado de Ferreira informou que o policial passou mal e que vai sugerir uma nova data para prestar esclarecimentos sobre as denúncias que fez contra o ministro do Esporte, Orlando Silva.
Filiado ao PCdoB, mesmo partido do ministro, o policial militar e professor de artes marciais é responsável pela Federação Brasiliense de Kung Fu e pela Associação João Dias de Kung Fu, organizações não governamentais (ONGs) com as quais o ministério firmou dois convênios, em 2005 e 2006, para que crianças e jovens em situação de risco fossem atendidos pelo Programa Segundo Tempo, criado pelo governo federal para incentivar crianças carentes a praticar atividades esportivas.
Segundo Ferreira, o ministro comandaria um esquema de desvio de parte do dinheiro que o ministério repassava a entidades conveniadas ao programa federal. Ferreira e um de seus funcionários, Célio Soares Pereira, garantem que Silva recebeu pessoalmente, na garagem do ministério, parte do dinheiro obtido com o esquema. O ministro nega as acusações e vai hoje (18) à Câmara dos Deputados apresentar sua versão dos fatos.
Dono de várias academias no Distrito Federal, Ferreira é apontado pelo Ministério do Esporte como o responsável por desviar cerca de R$ 2 milhões que suas ONGs deveriam ter usado para comprar material esportivo e alimentos para crianças carentes assistidas pelo Programa Segundo Tempo. O soldado da Polícia Militar chegou a ser preso no ano passado e responde a um processo judicial. O ministério confirma que está exigindo, na Justiça, que as entidades dirigidas pelo policial devolvam R$ 3,6 milhões aos cofres públicos.
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