O túnel Prefeito Marcello Alencar foi aberto ao tráfego hoje (19) na zona portuária do Rio de Janeiro. A obra vai substituir parte do fluxo de veículos que usavam o Viaduto da Perimetral, demolido em 2014. Por enquanto, apenas o sentido Avenida Brasil-Aterro do Flamengo está liberado. O outro sentido do túnel deve ser inaugurado no mês de julho, e a expetativa é que 110 mil veículos possam trafegar todos os dias nas duas direções.
Com mais de três quilômetros, a passagem subterrânea faz parte da Via Expressa e é o maior túnel rodoviário urbano do país. Ao inaugurar a via, o prefeito, Eduardo Paes, disse que os reflexos positivos do túnel serão sentidos não apenas no centro da cidade, mas também na zona sul.
A obra foi custeada pela Concessionária Porto Novo, um consórcio das construtoras Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia que assumiu os serviços públicos da prefeitura na zona portuária do Rio de Janeiro por 15 anos. No horário de pico da manhã, o túnel deve reduzir o tráfego de veículos em direção à zona sul nos túneis Santa Bárbara e Rebouças em 30% e 20%. Entre as 22h e 4h, o túnel ficará fechado.
Para o presidente do consórcio, José Renato Ponte, agora é preciso fazer com que a população conheça essa opção viária. "Certamente a prefeitura vai fazer campanhas para mostrar que existe essa nova alternativa para chegar ao centro da cidade, e isso deve acontecer já a partir de amanhã. Já vem sendo feita uma divulgação, e aí as pessoas passam a conhecer o túnel e incorporam isso na sua rotina"
Crise estadual
Na inauguração do túnel, Eduardo Paes comentou a situação financeira do governo do estado e disse que a prefeitura não tem como assumir mais obrigações do para os jogos olímpicos e paralímpicos. Na última sexta-feira, o governador em exercício, Francisco Dornelles, decretou estado de calamidade pública por causa das dificuldades financeiras.
"A prefeitura vem assumindo tudo, mas tem uma hora que não dá mais", disse o prefeito, que destacou que o município se responsabilizou por todas as obras de estádios e de legado, deixando apenas a segurança e a Linha 4 do metrô para o estado. "Já assumi tudo o que podia do governo do estado. Não dá para assumir a polícia e não dá para assumir a única obra que eles ficaram de fazer".
O prefeito disse acreditar que a crise no estado não representa risco para os jogos. Ele ponderou, entretanto, que a situação impacta serviços básicos prestados à população e defendeu que o governo federal socorra o estado do Rio.
"Afeta em zero os jogos. O que afeta é a prestação de serviços, e não é durante os jogos, que são só 20 dias, 30 dias. A crise que afeta a gente hoje, afeta a gente amanhã", disse.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/node/1026452Vinícius Lisboa - Repórter da Agência BrasilComentários, artigos e outras opiniões de colaboradores e articulistas não refletem necessariamente o pensamento do site, sendo de única e total responsabilidade de seus autores.