Transformar a cidade em um polo de oportunidades, um ambiente propício para o desenvolvimento de negócios. Esse é o principal objetivo do projeto que o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Sérgio Augusto Lopes Pinheiro, o Guto, está desenvolvendo.
De olho no crescimento do município e na criação de mecanismos que atraiam empresas e investimentos, o secretário de Desenvolvimento Econômico do município vem buscando soluções para equacionar um antigo e incômodo problema que atinge a cidade. A intenção é oferecer atrativos para que novas empresas dêem preferência para Itapira no momento de escolher um novo local para suas instalações. “Realmente temos um projeto para que no próximo quadriênio Itapira torne-se uma cidade de oportunidades, um ambiente propício ao desenvolvimento de negócios”, explica Guto Pinheiro. “Nossa intenção é promover, atrair e manter investimentos produtivos, assegurando a valorização, a atração e o desenvolvimento econômico”.
Em que pese o fato das grandes políticas de desenvolvimento econômico serem de âmbito federal e, às vezes, estadual, há também um espaço para que o governo municipal desenvolva ações relevantes nesta área. Baseado neste conhecimento, o gestor público pode induzir o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores em seu município, tanto diretamente com as políticas públicas municipais quanto em parcerias com os poderes estadual e federal, com o setor privado e mesmo com agências de desenvolvimento e financiamento com Banco do Povo, Desenvolve SP e BNDES.
Com esse pensamento, Pinheiro acredita que o município possa se transformar em polo de negócios, aumentando, com isso, as oportunidades de emprego em diversos setores. “O conhecimento da dinâmica econômica local e regional contribui para o planejamento de ações municipais de médio e longo prazo, como, por exemplo, o disciplinamento do uso do solo, a intervenção no sistema viário, investimentos no saneamento, defesa do meio ambiente e adequação das políticas de educação, saúde e outros setores da mesma importância”, explica. “A percepção do papel indutor do gestor público aumenta sobremaneira sua responsabilidade na condução das políticas públicas municipais. O gestor pode ter uma política proativa, no sentido de se antecipar e direcionar o desenvolvimento local, não se restringindo a resolver problemas existentes, que são os efeitos indesejáveis de um desenvolvimento local desequilibrado ou de uma economia estagnada”.
Pinheiro acredita que a vinda de novas empresas e a instalação de novos empreendimentos seja o caminho para o desenvolvimento da cidade como um todo. Dessa forma está formatando o projeto para que diversas ações sejam colocadas em prática o mais breve possível. Dentre estas ações, ganham espaço a propaganda e divulgação dos potenciais econômicos, dos produtos locais e das oportunidades existentes no município, a realização de feiras e exposições da produção local e os contatos com empresários de outras regiões para a atração de investimentos produtivos. “Penso também que não existe desenvolvimento econômico sem o desenvolvimento humano, por isso nossa preocupação não é só com o desempenho de nossas indústrias, mas também com o principal capital delas, o ser humano”, frisa. “Parcerias com a sociedade civil são de fundamental importância, trabalhos conjuntos com a Associação Comercial, sindicatos e demais entidades representativas de nossa sociedade serão imprescindíveis nessa árdua jornada”.
Pontos comerciais
Outra preocupação do secretário de Desenvolvimento Econômico são os pontos comerciais fechados. Diversos locais que poderiam estar gerando renda e emprego estão sem utilização. “Alguns pontos comerciais e tradicionais da cidade devem ser respeitados, mas entendo que a modernidade possa ser alcançada sem detrimento de nossa história”, lembra.
Segundo Pinheiro uma lei deve ser criada para evitar que esse locais fiquem fechados. “Estamos estudando uma forma de evitar esse problema, pois além de impedir a criação de novos postos de trabalho, isso torna a cidade mais feia”.
A formação e a qualificação profissional também estão na pauta do secretário. Cursos, treinamentos e outros mecanismos devem ser buscados para oferecer aos trabalhadores a oportunidade de estarem preparados para o mercado de trabalho. “Preocupa-me também a qualificação profissional de nossos cidadãos, formação profissional e aumento no poder aquisitivo da população andam juntos”, explica.
Pinheiro entende que todas as políticas públicas municipais devem considerar as demandas sociais resultantes das previsões de desenvolvimento econômico local. Dentre as ações em parceria, visando ao desenvolvimento de programas de estímulo à geração de produção e renda, o projeto engloba diversos temas. “Podemos destacar algumas já desenvolvidas, como o microcrédito, em particular a instituição do Banco do Povo Paulista com o Estado de São Paulo, que concede microcrédito a pequenos empreendedores e diversas outras atividades ainda podem ser desenvolvidas no âmbito dos programas desenvolvidos pelo Senai, Sebrae e Senac”, explica.
Para o presidente da ACEI (Associação Comercial e Empresarial de Itapira), José Aparecido da Silva, o projeto deverá atingirseus propósitos. “Temos que criar meios de não deixar que portas sejam fechadas e assim permaneçam por um grande período, isso impede a geração de renda, a criação de postos de trabalho e deixa a cidade com um aspecto de abandono”, enfatiza.
O presidente da ACEI, que também integra o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico, também é favorável à vinda de novas redes de lojas para a cidade. “Isso tornaria nossa cidade um local mais atrativo em todos os aspectos e faria com que a população optasse por comprar no comércio local”, explica.
Silva entende que a debandada das pessoas para outros centros, como Campinas e Mogi Guaçu, cidades que oferecem os atrativos existentes nos shoppings, se dá pelo fato de Itapira não possuir um comércio mais forte e com mais diversidade. “As pessoas vão para outras cidades porque não temos por aqui o que elas buscam lá fora”, frisa.
Dentro desse pensamento, o secretário de Desenvolvimento Econômico enfatiza que diversos caminhos estão sendo buscados para reativar e reestruturar o município. “No eixo do desenvolvimento turístico pretendemos ampliar a oferta de serviços e valorizar seu ambiente urbano, com a expansão de suas áreas verdes e de lazer e com a organização de uma agenda cultural vibrante e atraente também aos visitantes”, revela. “A cidade realizará investimentos para oferecer e promover acesso fácil aos seus atrativos, além da integração com a região urbana, estimulando ainda os roteiros históricos do entorno da cidade. Assim, o município ampliará as perspectivas de turismo de lazer e negócios visando consolidar a cidade como destino turístico no interior, já realidade nas cidades vizinhas”.
Esse também é o pensamento de Mariane Lima. Formada em Enfermagem e responsável pelos laboratórios de saúde e da clínica de saúde do IESI (Instituto de Ensino Superior de Itapira), ela cita a falta de atrativos, tanto no comércio como para a diversão. “Faltam opções na cidade. Em Mogi Guaçu, por exemplo, você encontra várias opções tanto em lojas quanto para a diversão das crianças”, frisa. “Na verdade aqui em Itapira falta uma opção para a família mesmo, um lugar onde as pessoas consigam se divertir juntas”.
Em plena praça Bernardino de Campos, ponto comercial fechado: menos postos de trabalho