Na quarta-feira, 28, sob iniciativa do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Itapira e Região, foi realizada nova assembleia de trabalhadores da Usina Nossa Senhora Aparecida, defronte à entrada principal da empresa, com finalidade de ouvir de representantes do Grupo Vigolino de Oliveira a respeito do pagamento de cerca de 700 trabalhadores, a maioria sem receber salários desde outubro do ano passado. Além de José Emílio Contessoto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação, participaram Gessy Alves de Oliveira, presidente do Sindicato dos Condutores de Mogi Guaçu e Região, e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itapira, João Batista Araújo. Marcada inicialmente para às 13h30, a reunião começou cerca de uma hora mais tarde.
Vieram de Catanduva o advogado Daniel Thomé, de 35 anos, e o supervisor de Recursos Humanos Sérgio Puzzi. Durante o encontro com os trabalhadores, eles anunciaram que o ex-gerente industrial, Mauro Pompeu, que chegou acompanhado de ambos, passa a ser o responsável pelo gerenciamento da Usina Nossa Senhora Aparecida, dentro da reformulação administrativa executada recentemente. “Foram tomadas medidas administrativas para redução dos custos e diversos cargos de diretoria foram extintos. Com o novo formato, cada unidade terá um gerente responsável, que aqui no caso de Itapira será o Mauro”, disse Puzzi.
Thomé a rigor não disse nada de novo com relação ao pagamento. Reiterou que este acerto vai depender da venda de ativos do grupo. A novidade em si ficou por conta da revelação que em Catanduva a Justiça determino a penhora da Fazenda Santo Antonio das Borboletas para que seja penhorada. A propriedade é avaliada em cerca de R$ 150 milhões e sua venda daria para quitar toda dívida trabalhista das quatro unidades (Itapira, Catanduva, José Bonifácio e Monções). “Não se vende propriedades deste valor do dia para a noite. É com esta solução que estamos contando para quitar toda dívida e dar início à safra, com aqueles que, evidentemente, quiserem continuar trabalhando conosco”, disse o advogado. Segundo ele e seus colegas, a safra será realizada, deixando a entender que a aposta da direção do grupo é na solução da dívida trabalhista antes de março.
Ele recebeu o questionamento sobre a demora para solucionar um pedido anterior, a distribuição de cestas básicas e informou que o fato das contas da empresa estarem bloqueadas pela justiça impede a agilização do pedido. Alguns trabalhadores mais exaltados dirigiram cobranças ao advogado sobre o fato de somente agora as medidas anunciadas estarem sendo anunciadas.
Mauro Pompeu se dirigiu aos trabalhadores afirmando que ele vive situação igual aos demais, sem receber salários há vários meses e que decidiu apostar na proposta de restruturação. “Se não acreditasse na retomada da produção, não estaria aqui me dirigindo a todos vocês”, defendeu.
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