O calor excessivo e a surpreendente ausência de chuvas deste mês de janeiro vem produzindo um efeito indesejável para muitos agricultores no município, especialmente os que apostaram no plantio de milho, cereal que compete com a soja como uma das commodities mais valorizadas do agronegócio mundial. O engenheiro agrônomo chefe da Casa da Agricultura de Itapira, Ivo Marcos Peres Faria, acredita que alguns produtores já acusam quebra de pelo menos 20% do plantio.
Ivo atenta também para prejuízos em outros plantios de verão como o feijão e o arroz - com pouca área plantada na cidade - e até para o café. Segundo ele se a falta de água persistir por mais tempo vai interferir na formação dos frutos que começam a ser colhidos no outono.
Segundo o pluviômetro instalado na estação de tratamento de água do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgotos), no mesmo período choveu pouco mais de 100 milímetros, lembrando que o mês de janeiro do ano passado atingiu quase 400 milímetros.
Na propriedade da empresa Irmãos Caio, que fica nas proximidades do local onde está instalado o pluviômetro do Saae, e em terras arrendadas, estão plantados cerca de 200 hectares de milho híbrido . O administrador Heliodoro Augusto fala com preocupação dos resultados da colheita. “Teremos uma quebra na produção”, lamentou. Ele lembrou que o plantio e a manutenção da roça de milho exigem investimento elevado. “Cada dia sem chuva mais a gente fica preocupado porque sabe que tem contas para pagar”, preocupa-se.
Silagem
Nem mesmo o atual diretor de Agricultura e Meio Ambiente, José Alair de Oliveira, escapou. Ele revelou que tem uma pequena plantação de milho que pretende utilizar para a formação de silagem (alimentação destinada ao gado durante o período de estiagem). “Agora é o período de granulação e a ausência de chuvas é muito prejudicial”, lembrou.
Oliveira tocou ainda num ponto muito sensível para os agricultores e para a sociedade em geral. “A gente tem que se preocupar com a questão do armazenamento de água, que no momento, para este período, está defasado”, colocou.
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