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Itapira, 24 de Novembro de 2024
Notícia
04/11/2012 | Semana decisiva para funcionários de abatedouro de aves em crise

A semana começou de maneira frustrante para pelo menos 200 famílias aqui da cidade por causa da eclosão do caso da empresa White Chicken, abatedouro de aves localizado na região do Penhão. Com os salários de outubros atrasados, com denúncias de que muitos funcionários não têm nem mesmo o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) depositado, é o segundo caso de uma empresa estabelecida na cidade com sérios problemas em menos de quatro meses. No final de junho cerca de 300 trabalhadores que eram funcionários da TEKA também foram surpreendidos com o anúncio do fechamento da unidade local. A maioria tenta receber na Justiça o que lhes é devido.

No caso da White Chicken, até mesmo o Sindicato dos Empregados na Indústria de Alimentação de Itapira e Região foi pego de surpresa. “Não tínhamos idéia de que a situação estava neste ponto. Agora vamos negociar a melhor alternativa para que os funcionários não fiquem na mão”, comentou o presidente do Sindicato, José Emílio Contessoto.
 
Ele revelou que a partir da manhã desta segunda-feira terá início o processo de homologação das demissões e que não sabe ainda qual cenário irá encontrar. “Nós estamos forçando a homologação para que os funcionários possam sacar o fundo de garantia e recebam o seguro desemprego”, mencionou. Contudo, ele disse que não tem idéia do número de funcionários que tem depositado em suas contas o FGTS. “Informações extraoficiais que recebemos sinalizam que a empresa não vinha fazendo o depósito regularmente”, expôs.
 
Contessoto admitiu ainda que nunca conversou com os empresários, que são de origem paquistanesa e abriram a empresa em meados de 2010. “Só fui falar com um deles por telefone nestes dias. Ele me disse que estava se empenhando para resolver a questão da melhor forma possível”, revelou.
 
Na terça-feira o Sindicato promoveu uma manifestação de funcionários em frente a sede da empresa. Participaram cerca de 120 trabalhadores, todos eles muito apreensivos com a situação. Contessoto defende que os trabalhadores tenham tranqüilidade neste momento. “A situação é muito difícil para todos, mas é preciso que possamos agir conforme aquilo que a Legislação prevê”, argumentou. Indagado se confia no pagamento das verbas rescisórias (os funcionários têm ainda o 13º e muitos períodos de férias para serem quitados) por parte de uma empresa que apresenta saúde bastante debilitada, ele considera a possibilidade de pedir na justiça que a empresa Boab, uma avícola de Casa Branca para a qual o frigorífico fazia abates, seja colocada como responsável solidário”.
 
Fachada da White Chicken próximo a Penha do Rio do Peixe
 
Contessoto: situação difícil
 
 
Advogado diz que ‘crise do milho’ motivou situação atual
 
 
O advogado Hortêncio Francischini, que representa os proprietários da empresa White Chicken, informou que a atual situação de enfraquecimento das atividades da empresa foi motivada por aquilo que definiu como sendo a “crise do milho”, em referência às contínuas dificuldades que o setor avícola do país vem enfrentando a partir do encarecimento do milho por causa da alta demanda mundial e da queda de safra nos Estados Unidos por causa da seca que atingiu o meio-oeste daquele país em meados deste ano. OS EUA são os maiores produtores de milho do mundo e o produto é a base da ração dada para a engorda de aves. “ O que acontece que é que existe uma crise enorme que vem levando de roldão muitas empresas que operam no setor de corte de aves. Infelizmente a crise repercutiu de forma indireta em Itapira, já que a White Chiken é prestadora de serviços de uma outra empresa, a Boab de Casa Branca, que por sua vez está também em enormes dificuldades. Antes da crise o frigorífico abatia cerca de 50 mil aves por dia. Com a crise não só diminuiu o número de abates, como também aves que a gente nem pode chamar de frangos, de tão pequenos, começaram a ser enviados, num sintoma claro de que algo errado estava ocorrendo”, elencou.
 
Francishini contou que os empresários, todos eles de origem paquistanesa, estão concentrados em encontrar uma solução imediata para o caso dos trabalhadores. “Todos eles (os empresários) investiram suas economias num negócio que em princípio parecia muito promissor, mas que, infelizmente, acabou sendo abalado pelas contingências da economia globalizada”, avaliou. Ele explicou que o abate em Itapira obedecia a preceitos estabelecidos pela religião islâmica para este tipo de  atividade, sem o que, a carne de frango brasileira não pode ser exportada para países onde os mulçumanos são maioria. “ Evidentemente que existe toda uma cadeia produtiva que se habilitou em explorar de maneira conveniente este enorme mercado emergente. Conforme já mencionei tudo parecia caminhar muito bem, mas, de repente, a situação mudou completamente. Precisamos aguardar os acontecimentos para que seja dada uma solução definitiva para o assunto e acertar todos os débitos na medida do possível, sem ter que recorrer às esferas judiciais. Esse é o pensamento dos proprietários”, externou.
 
Fonte: Da Redação do PCI

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