No programa desta sexta-feira, dia 12, na Rádio Clube de Itapira, Toninho Bellini esclareceu alguns pontos obscuros que envolvem a permanência da Teka no município.

Disse que o departamento jurídico da prefeitura, como parte da rotina, no tempo adequado encaminhou um ofício aos proprietários do prédio informando sobre o vencimento do contrato que se dará no mês de setembro, próximo, solicitando o agendamento de uma reunião para finalizar o processo de renovação.

Como se tratava de um processo de rotina, não se exigia a participação direta do prefeito.  “Era um processo burocrático, cujo reajuste vem seguindo a lei que rege os contratos, nunca um pagamento foi pago com atraso na nossa administração”, comentou o prefeito.

Até que um telegrama assinado pelo advogado da família proprietária foi recebido pela prefeitura informando o desinteresse na renovação. “Em nenhum momento nós fomos procurados para discutir qualquer ponto do referido contrato”, explicou. “Imediatamente, comunicamos o fato à empresa e assumimos o compromisso de buscar uma solução”, concluiu.

Os proprietários foram chamados para uma reunião. Lá compareceram dois representantes acompanhados do advogado que está cuidando do caso. Nela o prefeito expôs o interesse pela manutenção da empresa na cidade e na manutenção do contrato. ”A prefeitura aguarda uma nova rodada de negociação e o que estiver dentro das nossas possibilidades será feito”, determinou.

O prefeito Toninho Bellini comentou, ainda, que a Prefeitura usará de todos os recursos e disposições para assegurar a permanência da empresa no município.

O outro lado:

Segundo informações colhidas, diretamente, com um dos integrantes da família Nogueira, proprietária do prédio que abriga a empresa Teka, desde 2009 eles vem tentando uma reunião com o prefeito, em face do vencimento do contrato de locação previsto para este ano, “apesar de solicitarmos um encontro com o prefeito, quando éramos recebidos, outra pessoa nos atendia. Na maioria das vezes, essa pessoa era Manoel Marques”, disse.

“A relação contratual do aluguel desse prédio não envolve a empresa Teka. É assunto para ser discutido ente a prefeitura e nós, proprietários”, explicou. “A participação do prefeito, como detentor do poder de decisão, é fundamental. De nada adiantou as nossas conversas anteriores, tanto é que estamos próximos do vencimento e o problema está sem solução”, desabafou. “Dentro de alguns dias estaremos num buraco negro jurídico, se não tomarmos as medidas necessárias, e aí, de quem será a responsabilidade?”   

Para o representante da família Nogueira, a prioridade é a venda do prédio. Em nenhum momento foi discutida a renovação do contrato de locação. Desde a primeira reunião mantida com Manoel Marques essa determinação foi colocada. “Agora veja você, nós temos proposta para a aquisição do prédio, de outra empresa. Queremos garantir à Teka o direito de preferência, mas não podemos fazer isso sem a intermediação da Prefeitura, pois a nossa relação é com a prefeitura, não com a Teka”, já irritado com a situação.

Na reunião referida pelo prefeito, que ocorreu em seu gabinete, o assunto renovação foi ventilado. O advogado dos proprietários, no entanto, deixou claro que a prioridade é a venda do imóvel. É uma decisão majoritária. E coube ao prefeito, um contato com a matriz, em Blumenau, para abrir o processo de negociação. “Mas sabe o que aconteceu?”, perguntou indignado, “o prefeito pediu para que o secretário Mário da Fonseca ligar para Blumenau para encaminhar a conversa, que deveria ser dele. O máximo que o Mário conseguiu, e nem poderia ter sido diferente, falar com um dos advogados. Conclusão. Tá tudo do mesmo jeito”, esbravejou.

“Agora pensa bem, se o prefeito estivesse mesmo interessado em resolver o problema, o que ele deveria fazer? Ligar para o presidente da Teka, anunciando que era o prefeito de Itapira, certamente, ele seria ouvido e receberia dele, um retorno eficiente. Não é isso que iria acontecer?” Finalizou.     

OPINIÃO: Mantida as informações do outro lado, a postura do prefeito Toninho Bellini segue a “cantinela” registrada. Descentralizando as decisões importantes, não assumindo para si o papel que lhe cabe. E, se isso não bastasse, refugia-se omitindo informações, deixando por conta do tempo, as soluções dos problemas. Mas, como se vê, não é assim que as coisas caminham. A tendência é o problema ficar maior do que era e arranjar mais uma legião de inimigos, no mínimo, adversários. Talvez seja por esse motivo os altos índices de rejeição apontados nas pesquisas.