Diversos usuários que utilizam o ônibus circular e que foram ouvidos a respeito da pretensão da Prefeitura em mudar o local do terminal instalado na praça Bernardino de Campos foram contrários. Outro ponto interessante foi a alegação de desconhecimento a respeito do tema, ensejando que a propalada campanha de consulta que a atual administração vem realizando com os maiores interessados no assunto, na verdade, não tem atingido seu objetivo.

A dona de casa Marta Tobias Alexandre, moradora na Ponte Nova, disse que não recebeu qualquer informação a respeito do assunto, mas posicionou-se contrária à pretensão de remover o ponto do local. “Aqui fica perto de tudo. Não tem porque mudar. Sua acompanhante, Selma Guerra, também tem opinião parecida. “Se for para piorar, melhor deixar do jeito que tá”, afirmou.

O aposentado Francisco Lopes de Moraes, morador no Jardim Raquel, também disse que não estava familiarizado com este assunto. “Mudar que jeito?”, devolveu. Ao ser informado do desejo de mudança do local, disse que era contra. “Fica difícil a gente se locomover com um ponto de ônibus distante do centro”, opinou. Seu colega Benedito dos Santos, morador no bairro São Benedito, pensa de forma parecida. “Para quem mora no centro, a mudança talvez não seja tão ruim assim. Mas para os que vem e vão para os bairros, mudar do centro traria dificuldades”.

 

Parte interessada

 

Os dois comerciantes que estão instalados no local onde a Prefeitura pretende promover mudanças caso o prefeito José Natalino Paganini (PSDB) ouça o clamor popular, terão removidos seus estabelecimentos. José Carlos Trinca, 63, gerencia a banca de jornais há cerca de um ano. Era de seu cunhado, que ficou no local por pelo menos 26 anos. “Ninguém veio falar comigo a respeito. Evidentemente, que se for feita alguma mudança, certamente seremos chamados para conversar”, acredita. Segundo seus cálculos, a banca funciona ali há pelo menos 50 anos.

Ali do lado, o comerciante João José de Oliveira, o João Mocotó, 66, está há 12 anos a frente de um comércio de produtos comestíveis e também argumenta que não foi procurado por ninguém da Prefeitura. Ele acha que se for feita opção pela mudança que o obrigue a se mudar do local, nada poderá ser feito. “Tem que ver em primeiro lugar o interesse público, não adianta nadar contra a correnteza”, afirmou.

Ele disse que sua esperança é que tanto ele como o vizinho Trinca sejam fixados mais abaixo. “Na esquina ficaria bom”, sugeriu Trinca. O presidente da ACEI (Associação Comercial e Empresarial de Itapira), José Aparecido da Silva, defende uma forma de negociação consensual para que os comerciantes não sejam prejudicados. “Evidentemente que a Prefeitura dispõe de todos os mecanismos necessários para que não seja cometida nenhuma injustiça caso a opção de mudança do terminal seja aquela menos radical das cinco propostas apresentadas”, acredita.