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Itapira, 28 de Setembro de 2024
Notícia
22/03/2012 | Zona Azul: Itapira tem, mas parece que não tem.

O sistema de estacionamento rotativo (Zona Azul) implantado em setembro do ano passado, em nossa cidade, lamentavelmente não alcançou o sucesso esperado. A maioria dos comerciantes está descontente e os usuários insatisfeitos.

As dificuldades gritantes do sistema estão no processo de compra dos tempos de estacionamento e na fiscalização inexistente. Muitos motoristas, segundo relatos dos próprios comerciantes, não adquiriram o hábito de comprar o ticket antes de estacionar. “O usuário tem que procurar um ponto de venda. Tem que entrar num estabelecimento comercial, para resolver um problema que é público. Nem sempre ele consegue finalizar o procedimento com sucesso. Chega uma hora que isso cansa.” É comum o sistema ficar fora do ar devido a problemas de conexão com a internet, obrigando-o a deixar o veículo em situação irregular.

O funcionamento do sistema se fecha com a fiscalização, mas a falta de agentes deixa suscetível o descaso aos que utilizam e pagam corretamente.

Coincidentemente, nesta quarta-feira, 21, Renato Silva, diretor do PCI, esteve na cidade de Mauá, Grande São Paulo, para tratar de assuntos particulares. Ao parar defronte a Diretoria de Ensino, percebeu que o espaço era controlado pelo sistema Zona Azul. Ao comparar com Itapira, percebeu de imediato que lá é diferente. A compra do ticket da é feita em totens automáticos implantados a cada vinte vagas. O motorista ao estacionar, insere moedas no aparelho e retira o ticket, validando o estacionamento.

Diante de tanta facilidade, Renato aproveitou a oportunidade para abrir esta reportagem para o PCI. Entrevistou uma das monitoras, Jane, da Cello Park, que é a empresa contratada, através de licitação, para explorar o sistema de estacionamento rotativo daquela cidade. Jane afirmou que o sistema está funcionando sem problemas e se adaptou perfeitamente às necessidades dos usuários: “os tempos variam de meia hora até duas horas, sendo que uma hora custa R$ 1,50, meia hora, R$ 0,75 e duas horas, R$3,00. Há também um cartão que pode ser comprado e recarregado sempre que necessário. O cartão custa R$ 3,00 e pode ser carregado com R$ 20,00 ou R$30,00 em sistema pré-pago”. E completou: “antes o estacionamento no centro era uma bagunça.”

Renato quis saber de Jane como funcionava o processo de fiscalização: “os agentes de trânsito fiscalizam toda a área. Os carros são filmados, fotografados e os proprietário podem checar a multa recebida pela internet. Se houver irregularidade os monitores e os agentes têm a obrigação de notificar o motorista, que terão 48 horas para pagar uma multa de R$15,00. Se não for feito o pagamento, serão cobrados mais R$15,00 e quatro pontos na CNH do infrator.”
Segundo Jane: “o sistema têm sido bem recebido pela população e a única reclamação seria a falta de moedas e a dificuldade de trocar notas altas para efetuar o pagamento. Hoje, há vagas em qualquer lugar. Ninguém fica rodando horas para achar um lugar. Diminuíram os estacionamentos em frente às garagens e às calçadas. O trânsito no centro foi disciplinado.”

 O Portal Cidade de Itapira entrou em contato com o departamento de comunicação e de transito da prefeitura, colocou os problemas do sistema itapirense e recebeu as seguintes explicações. Para o setor de comunicação o sistema está funcionando normalmente. O Departamento de Trânsito, não admitiu a inexistência de fiscalização, mas apontou problemas na falta de pessoal para realizar essa tarefa.

O PCI entrou em contato com Paganini, um dos grandes batalhadores para a reorganização do estacionamento na área central. Depois de ouvir sobre o sistema da cidade de Mauá, perguntamos:

Você lutou pela Zona Azul. Na sua cabeça, o sistema planejado por você está mais para Central Park (Itapira) ou Cello Park (Mauá)
 
Não conheço o sistema utilizado em Mauá. Estive em Araras e São João da Boa Vista e o sistema dessas duas cidades próximas se assemelha ao que vocês estão dizendo da cidade de Mauá. Mas reparei que a regularização do estacionamento, em Araras pode ser feita, sem burocracia, até o final do período. Em Mauá, isso tem que ser feito ao final do tempo. O usuário tem que ir até o veículo.
 
Dentro das reclamações que você anda recebendo, você acha que a empresa Central Park terá condições de resolver os problemas que a população tanto reclama?
 
Sinceramente, não. Falta-lhes estrutura, experiência e, desconfio, falta vontade para resolver. Eu tentei ajudar, mas a gente percebe que alguma coisa não permite evoluir.  Em minha opinião, o erro começa com o usuário que deve procurar os pontos para adquirir o cartão. Esse local deveria ser público, nas calçadas. Principalmente, facilitar, não complicar a vida de quem vai para o centro. 
 
Pelo que você diz, a situação tende a piorar?

Tenho dito e repetido. Está provado. Esse sistema não funciona. Dá a impressão que algo foi feito para dar lucro para o operador, tudo o que entrar é bem vindo, e tranquilidade para a administração. Tem condições de melhorar?
 
A quem você atribuiria a responsabilidade: à empresa que explora o serviço ou ao poder público por não avaliar corretamente as propostas e falhar na implantação?

Os dois.
 
Você (ou qualquer outro representante do comércio) foi convidado para auxiliar o poder público na busca de boas soluções?
 
A implantação do sistema de estacionamento rotativo é uma reivindicação dos comerciantes levada à ACEI. A minha obrigação como presidente, com o apoio da diretoria, foi pesquisar as opções existentes e levar a nossa melhor avaliação ao prefeito Toninho Bellini. Levamos as experiências de Araras e São João da Boa Vista.  

Você chegou a apresentar alguma sugestão concreta?

Perfeitamente. Levamos um sistema que estava funcionando em outras cidades. Em nenhum momento passou na nossa cabeça usar a cidade como teste para uma empresa iniciante no mercado.  Sem experiência. 
 
Resuma rapidamente o que vocês queriam:

Tinha que ser um sistema moderno, que contasse com recursos tecnológicos para atender as necessidades dos comerciantes e oferecer serviço de qualidade aos usuários. Foi isso que aconteceu?

Eu lamento essa situação. O prefeito e a empresa Central Park sabem que eu fiz tudo que estava ao meu alcance para que tudo funcionasse bem, mesmo contrariando os nossos pensamentos que nos diziam que não funcionaria. Organizei reuniões na ACEI, convoquei os comerciantes. Quando os primeiros problemas começaram a aparecer. Levantei e encaminhei para o poder público. Não me omite. Mas não fui ouvido. Paciência.

Fonte: Da Redação do PCI

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1 comentário
22/03/2012 08:03:44 | Rogério
No informativo da central park, diz que seria colocado um aviso de irregularidade, porem fui multado sem ter esse aviso. estacionei as 15:58 -+ e coloquei credito de zona azul as 16:02 e quando vi tinha sido multado.
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